O cartaz pendendo do teto de uma das salas da T-Systems não deixa dúvidas sobre qual é a postura da empresa em tempos de crise, seja ela qual for. Afirma o anúncio: “Supere dificuldades: um avião sempre decola contra o vento, nunca com ele”.
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Pertencente ao grupo alemão Deutsche Telekom, a T-Systems cria produtos na área de Tecnologia da Informação e em 2006 inaugurou em Blumenau o primeiro centro fora da Alemanha. Numa época em que as empresas se voltam para o corte de gastos, a T-Systems trilha o caminho inverso: planeja contratar mais 300 profissionais neste ano, e já investiu R$ 1 milhão para poder quase dobrar a equipe.
– Somos uma empresa sólida, que tem planos a longo prazo. Estamos preparados para qualquer impacto – afirma o diretor do centro, Markus Blumenschein, um alemão de Friedrichshafen (cidade ao Sul da Alemanha), radicado em Blumenau desde 2010.
Como ocorre em qualquer lugar do mundo, a empresa tem dificuldades em encontrar mão de obra que atenda a todos os requisitos exigidos para determinado cargo, ainda que aqui a maior parte dos interessados seja fluente em alemão e inglês.
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Mas isso não chega a ser um problema sem solução: eles contratam os jovens e cuidam de sua formação ou recrutam os que já estão empregados e investem na carreira, o que pode significar futuras promoções e, de quebra, também ajuda a motivar toda a empresa.
– Temos a obrigação de formar profissionais. Precisamos contar com jovens que podem assumir novos desafios – diz.
De acordo com Blumenschein, a empresa teve crescimento de 88% em contratos no Brasil no ano passado. Para 2015, a meta é crescer 30%. Ele diz que os bons números, ao contrário do que exibem outros setores da economia, são resultado de investimentos e planejamento a longo prazo. Contribuiu para isso a ampliação do portfólio dos serviços e dos clientes, exatamente para não ficar sujeito às oscilações de uma única área. Por exemplo: enquanto o setor automotivo reduz as demandas, a T-Systems compensa prestando serviços para outros setores, como a agroindústria.
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A marca também busca equilibrar a procedência dos clientes, tentando manter metade no Brasil e outra no estrangeiro, em países como Alemanha, Estados Unidos e Holanda. E atua apenas com contratos a longo prazo, de três a cinco anos de duração, sendo que a principal demanda é na área de sistemas de gerenciamento de empresas. Blumenschein é otimista em relação ao futuro do país:
– A empresa tem espaço para crescer. Temos de nos adaptar, ser dinâmicos, flexíveis. No Brasil sempre vale a pena investir e acreditar.
A empresa
500 funcionários em Blumenau
2 mil funcionários no Brasil
47,8 mil funcionários no mundo
Faturamento em 2014: 8,6 bilhões de euros