Os casos confirmados de dengue em Joinville caíram 75% neste ano, em comparação com o mesmo período de 2021. Apesar do número ainda ser considerado alto pelo município, a queda mostra um comportamento na contramão do Estado, que apresentou alta no primeiro trimeste de 2022.
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Os dados da prefeitura mostram os casos confirmados por semana em Joinville. Nas 13 primeiras do ano, foram registrados 646 pessoas com dengue no município, enquanto no mesmo recorte do ano passado eram 2.613.
Em 2021, Joinville terminou com 16.496 casos confirmados, o que representou 88% de todos os registros em Santa Catarina, de acordo com os dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive). Além disso, cinco das sete mortes pela doença no Estado aconteceram na cidade.
Já neste ano, o município contribui com 4,7% de todas as pessoas diagnosticadas com dengue no Estado, sendo que outras seis cidades têm mais casos confirmados. Há oito óbitos registrados pela doença e nenhum deles em Joinville. O município tem a morte de uma mulher de 65 anos, em 4 de abril, considerada suspeita e em investigação.
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Segundo a gerente de Vigilância em Saúde, Fabiana Almeida, a queda no número de casos confirmados pode ser explicada pelo trabalho realizado pelo município ao longo dos últimos dois anos. As equipes trabalharam ininterruptamente com foco no combate durante todo o ano.
– Pode ser fruto desse trabalho de visão amplificada e não focado apenas no verão. Esperamos manter os números abaixo e, apesar de repararmos um aumento do início do ano para cá, trabalhamos para que não tenhamos grandes números como no ano passado – explica.
– Pode ser fruto desse trabalho de visão amplificada e não focado apenas no verão. Esperamos manter os números abaixo e, apesar de repararmos um aumento do início do ano para cá, trabalhamos para que não tenhamos grandes números como no ano passado – explica.
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Estações disseminadoras são destaque no combate
Joinville precisou fortalecer o combate à dengue há dois anos, quando os casos começaram a crescer exponencialmente. Desde então, o município adotou diversas estratégias, como os mutirões para acabar com o lixo descartado em locais incorretos, as campanhas de conscientização e a aplicação de fumacê.
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No entanto, Fabiana aponta como ponto alto dessa estratégia as estações disseminadoras, em trabalho realizado em parceria com a Fiocruz do Amazonas. São cerca de 750 instaladas pela cidade e há previsão de dobrar o número neste ano.
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– O mosquito pousa na estação disseminadora, gruda o larvicida na pata e, quando vai voar, tende a colocar os ovos na água parada. Quando a larva for nascer, não vai evoluir por causa do larvicida. É algo relativamente simples para instalar e que não tem efeito tóxico para animais ou humanos – detalha.
Ao mesmo tempo, a prefeitura também realiza o geoprocessamento para mapear as casas onde há focos e casos confirmados de dengue, cruzando os dados por onde circula o mosquito Aedes aegypti, para atuar de forma assertiva no combate à doença.
Como Joinville pode contribuir com outras cidades
A gerente de Vigilância em Saúde aponta que não há como trabalhar com o objetivo de erradicar a dengue do Brasil. Por isso, o poder público atua para reduzir ao máximo o número de casos e, consequentemente, a gravidade do problema.
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Como a cidade passou pela explosão de casos e atua no combate a dengue fortemente há pelo menos dois anos, Fabiana entende que Joinville pode contribuir com os demais municípios catarinenses neste momento em que os números começam a subir no restante do Estado.
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Para ela, o caminho a ser seguido é do trabalho intersetorial, incluindo a regulação de leitos, a assistência social, vigilâncias Ambiental e Epidemiológica, escolas e demais órgãos da prefeitura.
– Quando trabalhamos a dengue como um problema de toda a saúde, onde todos podem contribuir um pouco, conseguimos ter um olhar amplo – afirma.
Além disso, ela também destaca que o projeto com as estações disseminadoras foi extremamente importante para o combate em Joinville e poderia ser replicado em outras cidades, de acordo com cada realidade, em parceria com a Fiocruz.
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População deve colaborar no combate
Duas vezes ao ano, os municípios realizam o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) e os resultados são acompanhados pelo Governo Federal. Na última edição em Joinville, em março de 2022, os dados apontaram que 35% das residências visitadas tinham focos de dengue por água parada, o que mostra a necessidade da colaboração dos moradores no combate ao Aedes aegypti.
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