O aumento de casos de mpox, também conhecida como varíola dos macacos ou monkeypox, e a circulação de uma nova variante na África, fez com que o Ministério da Saúde realizasse uma reunião para abordar a doença nesta terça-feira (13). Em Santa Catarina, contudo, os números registrados em 2024 estão abaixo do que era notificado no passado.

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De acordo com dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC), foram 85 notificações e 10 casos confirmados da doença neste ano. Destes, a maioria foi em Florianópolis (5), seguido de Itajaí (4) e de um caso em Balneário Piçarras.

Em 2023, foram 451 notificações, ou seja, casos suspeitos da doença, e 50 que confirmaram a infecção pelo mpox. O primeiro caso importado de mpox no Estado foi identificado em 6 de julho de 2022, em um paciente com histórico de viagem para a Espanha, e morador de São Paulo.

Já o primeiro caso autóctone foi registrado em 16 de julho de 2022, no município de Leoberto Leal. O paciente teve histórico de viagem para o Centro-Oeste e Sudeste do Brasil. A primeira morte pela doença no Estado, por sua vez, que ocorreu em 29 de novembro de 2022, e foi de um paciente de Balneário Camboriú.

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Reunião sobre mpox

O Ministério da Saúde convocou uma reunião nesta terça com o objetivo de atualizar recomendações e o plano de contingência no país. A pasta disse ainda que “acompanha com atenção” a situação da mpox e monitora informações junto à Organização Mundial da Saúde (OMS).

Desde 2022 até 2024, foram registrados quase 12 mil casos confirmados no Brasil e 366 casos prováveis de mpox. Outros 66 casos estão classificados como suspeitos e um total de 46.354 casos foram descartados.

Em agosto deste ano os casos se mantêm entre 40 e 50 por mês, em média. O Ministério da Saúde afirma que o número é “bastante modesto, embora não desprezível”.

— Sem absolutamente menosprezar os riscos dessa nova epidemia, o risco de pandemia e tudo o mais, o que trago do Brasil não é ainda um cenário que nos faça temer um aumento muito abrupto no número de casos — avaliou o diretor do Departamento de HIV, Aids, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis da pasta, Draurio Barreira.

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O perfil dos pacientes é de maioria do sexo masculino, com 91,3% dos casos no Brasil sendo de pacientes homens. Desses, 70% têm entre 19 e 39 anos, com idade mediana de 32 anos. Dos homens diagnosticados com a infecção, 99,3% vivem com HIV.

O índice de hospitalização da doença é baixo, com 3,1% dos pacientes hospitalizados no país por necessidades clínicas ou por algum agravamento do quadro clínico; 0,6% hospitalizados com o propósito de isolamento; e 1,6% foram hospitalizados por motivos desconhecidos. Do total de casos, 45 casos precisaram ser internados em unidades de terapia intensiva (UTIs).

A letalidade da doença no momento é de 0,14%, com 16 óbitos contabilizados entre 2022 e agosto de 2024, sendo que nenhum deles foi neste ano.

Situação na África

A OMS convocou um comitê de emergência, nesta quarta (14), para avaliar a situação da mpox na África, e como a doença pode se espalhar ao redor do mundo. Nesta terça, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças da África declarou a mpox na região como “emergência em saúde pública de segurança continental”.

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Dados da OMS apontam que a África concentra 60% de todos os casos de mpox do mundo em junho deste ano. Índices de julho e agosto também mostram uma expansão do vírus no continente africano.

— Foi convocado pelo diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, uma reunião para definir a situação da mpox – se virá a ser considerada emergência em saúde pública de preocupação internacional. Ainda não temos esse cenário. Amanhã [nesta quarta], vai haver a definição. O fato é que temos um aumento absolutamente sem precedentes na África, não só em número de casos em países que já haviam sido acometidos, como também em países vizinhos e que ainda não tinham relatado nenhum caso de mpox — afirma Draurio Barreira.

*Com informações da Agência Brasil

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