Cada vez que entra em campo ao lado do elenco da Chapecoense, o sorriso é a marca registrada, além do famoso cocar. O adereço de cabeça virou sensação. As fotos do indiozinho rodaram o mundo e Carlos Miguel Garcia, oito anos, se tornou um dos símbolos das partidas na Arena Condá. Vizinho do estádio, Carlinhos começou a ir aos jogos ainda no colo, ou devidamente instalado no bebê-conforto. O pai Alessandro Garcia, 45 anos, foi o fundador de uma torcida organizada, hoje já extinta, e a paixão do filho pelo clube foi herdada naturalmente. Com dois anos, ele encontrou o cocar em uma caixa, quis experimentar e foi ao jogo. Entrou no campo e a partir dali, nunca mais parou.
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O pequeno foi ganhando espaço, assim como a Chapecoense. Em uma ascensão histórica iniciada em 2009, o clube deixou a Série D nacional e chegou à elite do Campeonato Brasileiro em um curto espaço de tempo. Em 2016, a Chapecoense chegou à final da Copa Sul-Americana, mas o acidente aéreo interrompeu vidas e sonhos, enlutou um país inteiro e o mundo do futebol
– Aumentou a preocupação com ele, pela exposição. Ele começou a entender e sentiu falta quando viu mais os jogadores, mas tínhamos todo um apoio psicológico. Até hoje ele não gosta de falar a respeito disso. O Danilo mesmo, que era o ídolo, ele não fala mais – conta Alessandro.
Orgulho de entrar em campo com a Chape
A despedida precoce do goleiro, que era inspiração para o pequeno, fez o garoto abandonar as traves e partir para outra posição. O tempo passou, hoje o treino é no futsal, mas a alegria de acompanhar um novo elenco, a cada temporada, continua a mesma. O contrato do indiozinho com o clube vai até ele completar 10 anos, mas dentro de campo, ou na arquibancada, o amor deve continuar o mesmo.
– Fico muito orgulhoso de entrar em campo, pra mim significa muito. Pode pensar que é cansativo, mas não é, pois é uma coisa que gosto muito de fazer – comenta Carlinhos.
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Para a temporada, Carlinhos espera uma Chapecoense forte e vencedora. A queda para a Série B do Brasileiro, algumas mudanças internas no clube, o trabalho para o retorno dos sócios, devem repercutir ao longo do ano. Para o garoto, 2020 será um ano excelente:
Acho que a Chape vai ser campeã do Catarinense e vai voltar para a Série A. Também estou com esperança de ser campeão da Série B – projeta o confiante torcedor-mirim.