Na casa dos Hilbert Alberton, em Orleans, ele é apenas o Dito. Apelido dos tempos em que trabalhava como auxiliar de ferreiro na oficina do avô, jogava bola com os amigos e ainda ensaiava esquentar a barriga (sim, é tanquinho!!) no fogão sob a supervisão da mãe, Dona Suzete. No município com quase 30 mil habitantes, no Sul do Estado, ele ainda consegue ser o sujeito que saiu de casa aos 18 anos para tentar a vida como modelo em São Paulo, depois que um olheiro disse que ele era bonitinho e quase tomou um direto no queixo do então pacato morador do interior por pura timidez.

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Foto: Jessé Giotti/Agência RBS

Hoje, aos 33 anos, sete novelas e um caneco da Dança dos Famosos no currículo, é quase uma façanha conseguir sossego. Por onde passa, não tem jeito: o cara chama muiiiiiiito a atenção. Também, pudera: quase 1,90m, louro, olhos azuis e uma simpatia sem limite que se expressa no sorriso fácil. Aliás, um parênteses: quase toda a população da cidade poderia ser da família, porque são muito parecidos. E foi num clima em meio a fotos com os primos, tios, agregados e amigos na casa dos pais, com direito a café, queijo colonial e torta de banana, que ele recebeu o Donna para um bate-papo pra lá de descontraído.

Rodrigo Hilbert virou o queridinho da família brasileira em 2013 com a primeira temporada de Tempero de Família, no canal GNT. Foram 13 episódios gravados na casa dos pais, onde Dito ensinou receitas da família. Nada de coisas leves, ou preocupação com colesterol e glicose. O único compromisso era com o prazer da boa mesa. E farta. De arroz carreteiro a cozido e morcilha, ele foi caindo no gosto popular e subindo na audiência. Sim porque, ele cozinha, cuida dos filhos e ainda tem tempo para desmanchar-se pela amada, a apresentadora Fernanda Lima. Resultado: colocou o GNT no Top 10 do ranking de audiência da TV por assinatura durante a exibição no horário principal da grade.

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A mulherada foi ao delírio. Ele virou o objeto de desejo das casadas. Tá, vai: das solteiras, das desquitadas, das desiludidas e de quase todas. Enfim. Elas só sabem fazer aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, a cada vez que o nome de Ro-dri-go é pronunciado. Claro que teve marido torcendo o nariz. Mas a maior parte entrou na vibe e resolveu sair da zona de conforto. Ele conta que num supermercado lá no Rio, enquanto fazia o rancho (termo usado para as compras), um homem o parou e agradeceu a receita do carreteiro da Teca a simpática sogra, que cozinhou com ele nesse episódio).

– Ele queria contar que a família toda se amarrou no prato e ajudou a melhorar “seu filme” com a esposa e os filhos – diz Hilbert.

Dito, ó a intimidade, tem noção de que sua simplicidade à mesa e a tranquilidade na relação com os filhos – ele e a Nanda não gostam de babás, preferem educar por conta – tem ajudado a resgatar valores de família em que muita gente ainda acredita, mas que estão anestesiados por conta da correria do dia a dia. E é isso que mais o orgulha. De não só parecer, mas de ser um cara normal, desses que qualquer um pode ser amigo, sem afetações ou estrelismos.

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Foto: Jessé Giotti/Agência RBS

Galã mão na massa

Hilbert faz questão de colocar sua personalidade no programa, interferindo diretamente em todas as decisões na hora das gravações. É ele quem sugere o prato e como conseguir os ingredientes. Enfim, está tão feliz que acabou de gravar a segunda temporada e já projeta uma terceira. Com isso, as novelas seguem em stand by.

A boa notícia para quem gostou (quem não, meninas?) de ver Dito com a mão na massa é que, em outubro, o galã volta com episódios inéditos. A segunda temporada foi gravada no seu sítio em Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. É lá que ele vai receber familiares e amigos para ensinar a preparar novas e deliciosas receitas. Entre elas, salgadinhos para festa de criança, supervisionados pela sua mãe e sob o olhar atento de João e Francisco, os filhos gêmeos de cinco anos. Outro pratinho leve é a tripada, também conhecida por dobradinha. Ele conta a receita e diz estar com água na boca.

Agora, o que ele não revela nem sob tortura é o modo de preparo da galinha ensopada com macarrão, maionese e farofa que ele exige de Dona Suzete a cada visita a Orleans. Nem mesmo para o seu mais novo e melhor amigo, um colunista – repórter que também cozinha diariamente para as filhas, tem a vida corrida e sabe muito bem como funciona esta rotina de pai, marido e profissional contemporâneo. Claro, sem todo o glamour global e… distante da Fernandinha. Com todo o respeito. E tenho dito!!

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Felicidade é uma macarronada

Você cozinha, cuida dos filhos, é atencioso com a mulher, gente boa e ainda por cima bonitão. O cara lá de cima foi generoso com você, hein?

(Risos) Cara, a minha realidade não tem nada de glamorosa. Sou um cara normal, com problemas como qualquer outra pessoa. Acho que o segredo desta boa convivência está em respeitar todo mundo. Mas entendo que a simplicidade não tem segredo, uma fórmula. Eu sou fruto disso aqui (mostrando Orleans ao fundo). É assim que encaro o mundo, com minha família, meus amigos…

Tá, mas você tem noção que virou o queridinho da família brasileira?

A minha vida é uma correria só, mas tento levar uma vida absolutamente normal com minha mulher e os dois filhos (os gêmeos João e Francisco). E foi isso que eu quis mostrar no programa. Como preparar pratos simples que possam colocar todos em volta da mesa para conversar. Esta convivência faz toda a diferença para a união da família. Tem coisa melhor do que comer bem entre os seus e dar boas risadas?

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Felicididade tem receita?

Não sei, talvez seja a da macarronada com galinha ensopada e maionese da minha mãe. Acho a tradução mais próxima disso (risos).