Junto com a notícia de que o Facebook permitirá que crianças menores de 13 anos usem o site de redes sociais sob a supervisão de responsáveis, veio a informação de que, nos Estados Unidos, 17% dos pais não monitoram os filhos nas redes sociais. Aqui no Brasil, porém, Felipe Barreto Macedo, 33 anos, e a esposa Andreia Scarpa Macedo, 37, fazem questão de tomar cuidado quando o assunto é a vida de Lucca, de nove anos, na internet.

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– Ele primeiro pediu um MSN para conversar com os primos. Depois, quando veio o Facebook, viu os joguinhos e também quis ter um – conta o pai.

O computador que Lucca acessa fica na sala de casa e com o monitor virado para o sofá.

– Ele só entra com a gente do lado. Nisso, já vemos se tem alguma solicitação de amizade ou alguma mensagem que ele não possa receber – explicou.

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Na casa de Irene Martins Barros, 39 anos, a coisa é um pouco diferente. Nicoli Martins Barros, tem 12 anos e, desde os 11, tem uma página pessoal no Facebook. A mãe confessa que não acompanha muito a rotina da filha na internet.

– Quando ela entra pelo meu celular e esquece de sair, até dou uma olhadinha, mas não fico monitorando – confessou Irene.

Segundo ela, a maneira encontrada para evitar que a filha se relacione com algo ou pessoas perigosas é explicar as coisas erradas com as quais ela não deve se envolver.

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– A mesma orientação que dou sobre não falar com estranho na rua, vale para as redes sociais.

Liberação é bem-vinda

Apesar das posturas diferentes sobre a rotina dos filhos nas redes sociais, tanto Felipe quanto Irene acreditam que a liberação do Facebook para menores de 13 anos será bem-vinda, desde que acompanhada destes mecanismos de monitoramento.

– Apesar dos cuidados, não conseguimos ficar de olho o tempo todo – lembra Felipe.

– Seria uma forma de eu acompanhar melhor, coisa que não consigo hoje em dia – explica Irene.

Hoje, mesmo contra a política da rede social, 38% dos usuários do Facebook são menores de 13 anos.

É bom acompanhar

Com 13 anos a criança desperta para o grupo. Passa a ser chamada de adolescente e a dar mais valor para os amigos do que para a família. Juntando isso ao poder de interação das redes sociais, o que se tem é essa febre pela internet.

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Mas nessa idade, nem sempre o adolescente está em condição de interagir sozinho na rede. De acordo com a psicóloga Letícia Rauen Delpizzo, o ideal seria que isso acontecesse aos 16 anos, quando a pessoa já tem mais experiência.

– Antes disso, a criança já pode ser madura e saber administrar uma rede social. Isso Vai depender da educação e da criação que ela recebeu – explicou a terapeuta familiar.

Para a psicóloga, alguns cuidados devem ser tomados quando as crianças querem fazer parte de uma rede social: estar presente sempre que ela acessar a rede social; manter o monitor virado para onde todos possam ver a tela; ter a senha e acessar a página sempre que achar necessário e definir que todo o conteúdo da página seja moderado antes de ir ao ar:

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– É importante prestar atenção no que a criança fala. Expressões muito diferentes podem vir da internet – alertou a psicóloga.

Letícia ressaltou ainda que é importante não culpar a criança por querer entrar na internet ou ter uma rede social, mas sim explicar que há perigos ali e quais são esses perigos.