Nesta sexta-feira (23),16 magistrados estão reunidos em Florianópolis para o Encontro de Coordenadores do Colégio da Infância e da Juventude dos Tribunais de Justiça do Brasil. No evento é debatida um linha de atuação unificada para a área.

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Questões como o depoimento especial, no caso de crianças vítimas de violência, ou dos adolescentes sem perspectiva de adoção que precisam ser encaminhados para o mercado de trabalho são debatidas pelos desembargadores.

O evento ocorre a cada seis meses para trocar informações sobre a realidade de cada estado no que se refere à Justiça em prol da infância e da juventude.

Segundo a desembargadora Rosane Portella Wolff, da Coordenadoria Estadual da Infância e Juventude (Ceij) do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, que coordena o evento, o projeto do depoimento especial está sendo implantado desde o ano passado no estado.

O objetivo é que a criança seja ouvida apenas uma vez, na medida do possível, que seja garantido o direito dessa criança não ser revitimizada nos vários momentos em que ela tem que repetir essa narração a cerca de uma violência que ela tenha sofrido ou presenciado_comentou.

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Ainda conforme a desembargadora Rosane Portella Wolff, como a maioria das famílias que estão na fila de adoção preferem crianças com menos de sete anos, muitos adolescentes permanecem nas casas de acolhimento do estado e precisam ser preparados para a vida adulta e o mercado de trabalho.

— Em torno de 149 adolescentes chegarão no fim do ano, completando 18 anos em casas de acolhimento e em tese terão que deixar esses locais para seguir suas vidas. Por isso, o estado também tem que se preocupar com esses adolescentes, porque você sabe que nós temos o mundo do crime de braços abertos para recebê-los. Aqui em Santa Catarina temos o projeto Novos Caminhos que busca capacitar esses adolescentes para ter uma vida autônoma ao deixarem as casas de acolhimento —explicou.

Das discussões do Encontro de Coordenadores do Colégio da Infância e da Juventude serão encaminhadas sugestões e reivindicações ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), aos poderes legislativo e executivo.