Já virou tradição. Uma vez ao ano, alguns dos melhores skatistas do mundo se reúnem na meca do skate catarinense, o bairro Rio Tavares, em Florianópolis, para um encontro de gerações: o Red Bull Skate Generation. A partir de amanhã, quando chega a sua quinta edição, o evento dá um salto de qualidade. Ele deixa de ser realizado na casa do pentacampeão mundial Pedro Barros para ocorrer ali próximo, em um condomínio fechado, em uma pista com toques de street e mini-ramp e com espaço para um público bem maior. E o melhor de tudo: pela primeira vez o título mundial de skate bowl será em decidido em Santa Catarina.

Continua depois da publicidade

Anfitrião, Barros desta vez chega atrás na disputa e terá de usar todos seus artifícios para tirar conquistar a vitória e tirar o troféu das mãos do italiano Alex Sorgente, que lidera o circuito.

Mesmo na correria dos preparativos finais para a competição, o catarinense encontrou um tempinho para receber o DC. Enquanto ele mesmo trocava o rolamento de seu skate na pousada Hi Adventure, entre um cumprimento e outro dos convidados nacionais e internacionais que entravam no local, Pedro falou sobre expectativas, realizações e o futuro no skate.

Depois, claro, foi direto treinar na nova pista em um condomínio fechado no sul da ilha, que espera receber 3 mil expectadores por dia entre sexta e domingo. Confira o bate-papo:

Continua depois da publicidade

Estão dizendo lá na pista nova que nunca te viram tão focado…

Skate é a minha diversão, o que eu gosto de fazer, só que ao mesmo tempo a pista é nova, então estou tendo que me concentrar, pegar umas linhas, porque tem aquela dificuldade inicial de se acostumar. Mas estou tranquilo, estou em casa, do lado das pessoas que eu gosto, vendo tudo isso aqui acontecer mais um ano, essa galera toda prestigiando esse evento. Estou bem relaxado. Por enquanto, vamos ver como vai ficar o coração no fim de semana, já que só vou competir no domingo.

Fora da pista, você está o tempo todo atendendo o telefone, cumprimentando alguém. Ser anfitrião também dá trabalho?

Queria poder ter uns cinco Pedros para estar em vários lugares ao mesmo tempo. Tem tantos amigos meus aqui, que queria poder dar uma atenção maior. É aquela correria, mas aquela correria gostosa. Uma vez no ano, receber a galera em Floripa, não tem nada igual.

Continua depois da publicidade

Qual o nome do skate que até hoje mais te deixou honrado de receber na cidade?

Sem dúvida foi o Hosoi (Christian Hosoi, 48 anos). O cara é uma das maiores lendas do skate mundial e foi um dos que me fez querer andar de skate. Além de estar até hoje andando muito, óbvio.

Como é brigar pelo título em casa?

É a primeira vez que vou defender o Mundial aqui, mas eu não estou defendendo mais nada, já entreguei (risos). Nesse ano só ganhei uma etapa, e quando eu vi o primeiro era o Alex (Sorgente), um grande amigo meu. Na verdade, se ele ganhar vai ser até bom, porque às vezes é chato esse peso nas costas. Só quero andar bem, fazer um show para a galera, para mim mesmo, e me divertir. No geral, senti que esse foi o meu melhor ano como skatista, que mais evolui, fiz coisas novas, então essa foi minha conquista. Poderia ser campeão mundial, mas se não tivesse evoluído, o título não valeria nada. Se eu for cinco, seis vezes consecutivas campeão mundial, isso é um ego que para mim não faz diferença nenhuma.

Em semanas menos movimentadas, como é a sua rotina em Floripa?

Hoje é meu dia a dia básico. Acordei, fui surfar, almocei, à tarde é quando a gente normalmente anda de skate, depois encontra com os amigos, curti um som. Mas o maior tempo passo fora de casa, viajando. Esse foi o primeiro mês que passei todo em casa no ano. Até então, eu chegava em casa, ficava uma semana, e pegava um avião para um lugar totalmente diferente. Então aqui é quando posso relaxar um pouco mais, ficar surfando, fazer fisioterapia, recuperar meu corpo. O estilo de vida da galera do skate em geral é assim, curtir um som, viver a vida, sempre com meus amigos, sempre com a minha família.

Continua depois da publicidade

Tão novo e já com tantos títulos, o que imagina para o seu futuro?

Quando virei profissional com 14 anos, pensava como estaria em cinco anos, viajando para os mesmo lugares, os mesmos eventos, se por acaso cansaria. Mas no fim os anos passaram tão rápido, minha vida foi tão boa durante esses anos todos, parece que estou começando ainda. A diversão é igual, a satisfação é igual, então daqui a 10 ou 20 anos, talvez eu não esteja ganhando campeonato, não esteja na mesma pegada, mas com certeza vou estar nessa mesma situação, montando um skate novo e ansioso para poder colocar na pista.

Qual a melhor parte de receber um evento deste porte?

O melhor é a gente poder mostrar tudo isso para uma cidade como Floripa, poder trazer para o Brasil um evento desse nível, que não acontece em nenhum outro lugar do mundo com esse formato e essa energia entre os skatistas. Estava agora sentado aqui na mesa com o que deveria ser meu inimigo número um, o primeiro colocado no circuito, mas a gente está aqui amarradão, todo mundo unido, vai junto para a pista, surfa. Para quem é daqui e não conhece muito o esporte, vai ver um skate de outro mundo, um nível de outro mundo. E ver todo mundo em um clima amigável, em um ambiente familiar, então muda aquele conceito de skate, de que não pode deixar o filho andar para não virar maloqueiro, bandido. Isso já mudou há muito tempo e estamos aqui para mostrar isso.

Red Bull Skate Generation

O que é: a competição confronta atletas de diferentes gerações. As eliminatórias são divididas em quatro categorias: amador, profissional, máster e lendas. Os seis melhores de cada categoria formam times mistos, que entram na pista para a final no domingo. Paralelamente, a categoria profissional continua uma disputa própria, com semifinal e final, que é válida como a última etapa do Campeonato Mundial de Bowl.

Continua depois da publicidade

Principais nomes confirmados: Rune Glifberg (DIN), Alex Sorgente (ITA), Christian Hosoi, Omar Hassan e Tom Schaar (EUA), Sandro Dias, Pedro barros e Vi Kakinho (BRA)

Quando: de 13 a 15 de novembro, das 10h às 18h30min

Onde: Rua Cecília Jacinta de Jesus, 105, Rio Tavares, Florianópolis

Quanto: R$ 20 a R$ 60

Como comprar seu ingresso: pelo site ticketbrasil.com.br ou direto no local (nos dias do evento)