A partida inaugural da nova Arena Fonte Nova, no dia 7 de abril, é vista pelo governo baiano como a chance de despertar, na cidade, o esperado clima de festa previsto com a chegada da Copa. Além do jogo, haverá também um show com artistas como Ivete Sangalo e Pitty.
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Além do estádio, construído sobre a antiga Fonte Nova, interditada depois de um acidente que matou oito pessoas, Salvador receberá pesados investimentos na infraestrutura, que ainda é deficiente para receber grandes eventos. A ideia, portanto, é melhorar a imagem turística, para compensar as carências.
– Com o pouco tempo que temos, é mais fácil criar a imagem de uma cidade vibrante culturalmente do que de uma cidade com uma grande estrutura, porque isso não vai acontecer – afirma o secretário municipal de Desenvolvimento, Cultura e Turismo, Guilherme Bellintani.
A prefeitura apresentou um plano de revitalização da orla da cidade e tenta reorganizar o confuso trânsito da cidade, para que a Copa das Confederações não tenha cara de ensaio geral aos turistas esperados.
– Aqui há um pressuposto de que a ordem não precisa ser seguida. Isso é ruim prejudica a imagem da cidade e precisa acabar. Não é mais fase de testar, mas de fazer bem feito – afirma Isaac Edington, chefe do escritório da Copa da cidade.
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Em fevereiro, a FIFA trouxe à capital um grupo de patrocinadores oficiais e, para deixar boa impressão, os órgãos municipal e estadual já apresentaram propostas de ativação das marcas. Entre eles estão a presença de mega instalações nos Sete Pontos Mágicos (Barra, Baía de Todos os Santos, Contorno do Comércio, Centro Histórico, Península de Itapagipe, Itapuã e Dique do Tororó), um concurso de arte urbana para as grandes rotas de pedestres e até um show para o jogo Brasil-Itália, que reuniria o popstar italiano Zucchero e o baiano Carlinhos Brown na Praça Castro Alves.
Até agora, são apenas projetos em busca de financiamento, mas a ideia é facilitar a vida dos investidores.
– Queremos acabar com a ideia de que o nosso poder público é o atrapalhador oficial dos negócios – afirma Edington.
Ainda na área de turismo, a realização de um “segundo Carnaval” em 2014 é dada como certa. A propriedade da ideia é reivindicada por Joaquim Nery, dono da Central do Carnaval, que negocia, entre outros produtos, os abadás para todos os blocos do Chiclete com Banana.
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A festa, que não ocorrerá nos tradicionais circuitos da folia e deve durar no máximo três dias, já vem causando polêmica, especialmente no meio artístico, por causa de uma pretensa preferência dada à axé music.
Obra do metrô já tem 13 anos, mas secretário acredita em conclusão
A mobilidade urbana é um dos maiores entraves em Salvador. A malha asfáltica está muito deteriorada, as calçadas são péssimas, não há ciclofaixas, o desrespeito às leis de trânsito é quase regra e a estrutura viária da cidade deixa a desejar. Junto a tudo isso, uma frota 744 mil veículos protagoniza, diariamente, longos congestionamentos em toda a capital.
O secretário estadual da Copa, Ney Campello, diz que parte do problema será solucionado com o metrô. Embora as obras da primeira etapa, de apenas seis quilômetros, já durem 13 anos, ele acredita que em um ano e meio será possível inaugurar a parte já pronta, além de licitar e construir outro trecho de igual extensão.
– Para a Copa das Confederações está descartado, mas 40% do novo trecho já estão prontos. As construtoras construíram as partes, mas não interligaram, para garantir o recebimento – justifica.
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RAIO-X
Salvador
Estádio Fonte Nova (R$ 591,7 milhões)
Conclusão: 99%
Investimentos na cidade: R$ 1 bilhão
Problemas: o primeiro trecho do metrô, de apenas 6km, está em construção há 13 anos e não deve ficar pronto até junho. O governo quer construir outro braço de igual extensão até 2014, mas ainda não houve licitação.