Num momento em que o governo de Cristina Kirchner trabalha para obter maioria absoluta no Congresso argentino com o objetivo de reformar a Constituição e garantir a possibilidade de concorrer a um terceiro mandato consecutivo, o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, em Buenos Aires, a alternância no poder.

Continua depois da publicidade

Em entrevista ao jornal local La Nación, Lula defendeu o revezamento do exercício do poder entre pessoas e setores da sociedade. Ele afirmou que foi com base nessa crença que proibiu seu partido de apresentar qualquer tipo de emenda constitucional propondo sua segunda reeleição, mesmo tendo 87% de aprovação popular. Ao comentar sobre Hugo Chávez, que recentemente conquistou seu quarto mandato presidencial na Venezuela, Lula elogiou o líder e defendeu sua reeleição, mas opinou que o venezuelano “deve começar a preparar sua sucessão”.

Perguntado sobre se voltaria a ser presidente do Brasil, Lula afirmou que “isso não se discute no Brasil porque creio que é um direito da presidente (Dilma) ser candidata à reeleição”. O ex-presidente afirmou que “um político nunca pode descartar” uma candidatura.

– O problema é que, cada vez que fazem essa pergunta, se eu digo que não descarto, a imprensa diz: ‘Lula admite que vai ser candidato’. Se eu digo o contrário, dizem: ‘Lula nunca mais vai ser presidente’. Eu sou um político e creio que já cumpri minha parte – ponderou.

Continua depois da publicidade