Com o aumento do número de casos de coronavírus em Santa Catarina, os mutirões de cirurgias oftalmológicas, como catarata, podem ser um risco à contaminação. O alerta é do vice-presidente da Associação Catarinense de Ofltamologia Ayrton Ramos. Em entrevista ao Notícia na Manhã, ele afirmou que não há necessidade desses mutirões no estado e que a forma como têm ocorrido não oferece a assistência necessária ao paciente.
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– A nossa preocupação é a forma como é feito. Nós, da Associação Catarinense de Oftlmologia, não somos contra mutirão. O que acontece nos mutirões é justamente aglomeração de pessoas. Alguns mutirões trazem 200 pessoas para fazer cirurgias de catarata num dia. O pré-operatório é feito de maneira não convencional. E não é só paciente, tem o motorista da ambulância, o motorista do microonibus – explicou.
Ouça a entrevista:
Conforme o vice-presidente, no Hospital Celso Ramos, em Florianópolis, são feitas duas cirurgias de catarata, ou duas cirurgias eletivas por dia.
– O que a gente quer é que os pacientes sejam bem atendidos e avaliados. Nós já denunciamos ao Conselho Regional de Medicina (CRM) e pra vigilância sanitária, pra que façam a fiscalização, porque os hospitais recebem verba da secretaria de saúde, mas contratam empresas de São Paulo, que traz médicos de lá. Acabou o mutirão, eles vão embora. E quem faz o pós-operatório? O paciente fica sem assistência – afirmou.
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A reportagem da CBN Diário aguarda o retorno da Secretaria de Estado da Saúde a respeito do assunto. O CRM se manifestou por meio de nota:
"O CRM-SC informa que está atento e tem atuação ativa na fiscalização dos mutirões de oftalmologia em Santa Catarina. Desde 2018 o Conselho acompanha de perto essa atividade e fiscaliza as condições técnicas e sanitárias do ambiente onde os procedimentos estão ocorrendo, além de verificar se a empresa contratada possui cadastro junto ao CRM, bem como, dos profissionais médicos que estão atuando. O médico precisa ter registro de especialista e estar registrado no CRM-SC para ter autorização de atuação.
Mesmo neste período de pandemia, o Conselho mantém as fiscalizações e busca esclarecimentos junto aos diretores técnicos dos hospitais para averiguar as condições e legalidade da atividade".