O governador eleito Jorginho Mello (PL) acelera as definições dos nomes dos secretários de governo e reforça os trabalhos de transição com a proximidade da posse no governo do Estado, marcada para 1º de janeiro de 2023.
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Alice Kuerten será secretária de Ação Social em SC
Em entrevista ao Jornal do Almoço, da NSC TV, nesta quarta-feira (21), Jorginho falou aos apresentadores Raphael Faraco e Laine Valgas sobre anúncios da equipe de primeiro-escalão, como a futura secretária de Ação Social, Alice Kuerten, e reforçou que mutirões de saúde e as bolsas em universidades privadas devem estar entre as as primeiras medidas como governador. O governador eleito também comentou o projeto de reajuste do salário do chefe do Executivo e de secretários e disse como deverá ocorrer a relação com o governo federal. Confira abaixo a íntegra da entrevista.
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No seu discurso, fala em governar para todos os catarinenses. Isso é um sinal de pacificação, de um governo que quer juntar todo mundo em prol do Estado?
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Não tenha dúvida. SC é um estado pequeno, tem 1% do território, mas é muito grande, é um estado gigante no que produz e pela qualidade das pessoas que moram aqui. Eu sou governador de todos os catarinenses. Evidentemente tenho partido, tenho lado, fiz uma eleição de forma muito respeitosa, mas hoje a gente tem que unir todas as pontas para que SC continue crescendo e seja cada vez melhor.
Foi pensando nisso que o senhor tem feito alguns anúncios? Nós demos o nome de Alice Kuerten na ação social, então desenvolvimento social, agora com novo nome. O senhor confirma isso?
Confirmo. É uma aquisição como todos os outros que a gente conseguiu trazer para o governo, pessoas com credibilidade, que vão nos ajudar a cumprir os compromissos com SC.
O que representa esse nome no seu governo?
Ah, um nome que será um cartão de visita. Pela figura que ela é, pela pessoa humana, pela grandiosidade do trabalho que ela faz para a gente. Porque o nosso governo vai ser um governo para cuidar das pessoas. E a dona Alice é uma “Pelé”, é uma campeã nesse assunto. Vamos cuidar da Fundação de Educação Especial, vamos cuidar de gente… Fazer com que o FIA, que é o Fundo de Infância e Adolescente, seja motivado, o empresário confie para depositar um dinheirinho, para a gente fazer projetos sociais. Eu tô muito feliz com o time que a gente tem escalado porque é um melhor do que o outro, para prestar serviço para SC.
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Nos seus primeiros anúncios de secretários, o senhor mistura um pouco o técnico e o político. Tem nomes aqui como Valdir Colatto, Carmem Zanotto, que já foram eleitos para cargos públicos, ao mesmo tempo tem Aristides Cimadon da Educação, Cleverson Siewert da Fazenda, são nomes mais técnicos. Essa mistura entre os dois perfis é o seu caminho para compor o comando do governo do Estado?
Claro, não tenha dúvida. A recomendação que faço a todas as pessoas que convido é que o político sou eu. Eu vou dar o tempero político, eu vou dar o tom. Eles têm obrigação de levantar os dados da secretaria, o que eles estão fazendo já na transição, levantar, tomar pé, para que a gente chegue fazendo. Não vamos chegar depois de janeiro, vamos pensar o que vamos fazer. A gente vai chegar fazendo. Por exemplo: eu pedi à deputada Carmen Zanotto (futura secretária de Saúde) um plano de emergência para zerar as filas, esse sofrimento de SC porque foi um compromisso meu de campanha. Ela já está fazendo um projeto, como vai fazer, com os hospitais filantrópicos e mais os médicos, mutirões no final de semana, enfim… Eu quero solução. Nós não vamos chegar e estudar, “ah, vamos pensar”. O professor Cimadon tem a missão dele. Levantar todas as escolas, o que temos que reformar, escola que chove dentro… Temos que resolver. A gente foi eleito para resolver. De forma respeitosa, não vamos fazer demagogia com ninguém, mas eu tenho um compromisso claro do que prometi na campanha. Tenho certeza absoluta. Universidade gratuita, vamos fazer ensino técnico para dar condição para o pobre estudar e ganhar mais.
Passaremos o Natal com mais alguns nomes? Consegue adiantar mais algum, já tem algum nome acertado aí?
Tem, mas eu já fiz um compromisso com eles para divulgar sexta-feira ou segunda-feira.
Quantos?
Mais uns quatro, cinco. Até segunda-feira a gente vai divulgar mais uns nomes.
Orçamento. Ontem o projeto de lei foi aprovado. Qual sua avaliação em relação a isso, como funcionaram essas costuras? O valor é recorde.
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É, eu tive na Assembleia com o presidente Sopelsa e com as lideranças, com o meu partido, para ver os projetos, o que a gente poderia estar recebendo ou poder influenciar. Eu preferi junto com o Cleverson, que é o secretário da Fazenda, que a gente deixasse a Assembleia aprovar o projeto que eles fizeram, para que em janeiro a gente possa fazer uma revisão. Dando, fazendo algumas modificações dentro dos compromissos de governo. Porque o governo atual está encerrando seu ciclo. Nós vamos receber um orçamento feito por aqui, então em janeiro a gente vai colocar dados de pontos onde a gente quer modificar. A gente faz a modificação e a Assembleia avalia.
Falando nisso, a questão de reajuste salarial, tanto de secretários quanto do seu salário também. Temos um reajuste que vai de R$ 15 mil para R$ 25 mil. O senhor pretende sancionar, o que o senhor pretende fazer com isso?
Vou ver, vou ver. Hoje em dia é muito difícil você falar sobre isso. Em Santa Catarina, o teto dos funcionários públicos é R$ 39 mil. Tem muitos funcionários que ganham muito mais do que o secretário. Hoje o secretário é R$ 12 mil, limpo sobra R$ 10 mil. “Ah, mas as pessoas vivem com um salário mínimo”. Evidentemente. Mas você não traz um secretário preparado com esse valor. Então eu disse para a Assembleia, que é eles que estão fazendo. É a Assembleia agora que faz para o governo que chega. Sempre foi assim, eles não estão inventando nada. Eu até disse: deixa o meu salário em R$ 15 mil. Ah, eu ganho R$ 39 mil hoje como senador. Ok, mas quem quer ser governador tem que saber onde vai se enfiar, e o que vai ganhar e o que vai fazer. Me parece que eles adotaram fazer o valor do deputado estadual para todo mundo. Para a vice-governadora, para o secretário e para o governador. Me parece que é isso que saiu ontem da Assembleia. Nós vamos verificar isso com muito zelo, mas também não sendo demagogo, fazendo média, fazendo promessas que você não pode cumprir. Nós vamos ver de forma muito desarmada. Espírito público acima de tudo.
Prioridades para o governo. O senhor já falou em primeiro semestre a questão da saúde, mutirão de cirurgias, segundo semestre a questão da educação. Mantém o projeto?
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O foco é esse. É saúde, zerar essa fila vergonhosa, tirar a dor das pessoas. Fazer funcionar o que nós temos. “Ah, vamos construir hospital”. Primeiro vamos fazer funcionar o que a gente tem. Vamos arrumar todas as recepções para receber as pessoas. Hoje tem o pai segurando soro, a mãe com a criança no colo. Vai lá no Infantil para ver. Umas barracas lá na rua para receber as pessoas. Depois vamos fazer um planejamento sobre o que construir, o que melhorar em SC. Agora, o compromisso é zerar a fila. Educação: ver as escolas, faculdade gratuita. Isso… Quem me conhece um pouquinho de perto sabe que o que eu falo, eu cumpro.
Apresentamos semana passada uma série especial sobre as rodovias do Estado. E agora com chuvas novamente, está bem complicado inclusive de as pessoas quererem vir para nosso Estado, muita coisa interditada… Alguma coisa de mais imediato com relação às nossas rodovias? Sei que tem bastante trabalho, mas para dar aquela sossegada primeiro? Porque está bem complicado.
Agora foi a Defesa Civil nacional, o coronel Lucas esteve aqui, a Defesa Civil do Estado. Eu recomendei ao coronel Armando, que vai ser o próximo secretário da Proteção e Defesa Civil que ele também se integrasse, para já pensar o que a gente vai fazer. Porque agora foi socorrido, socorro das vidas, colchão, comida, material de… Mas agora temos que reconstruir.
Até como preparar o Estado para eventos climáticos, que afetam literalmente nossas rodovias.
Não tenha dúvida. A Secretaria, eu já fiz a alteração no nome, será Proteção e Defesa Civil, porque a gente tem que evitar isso. Se tu sabe onde alaga, porque alaga, se é bueiro entupido, se é falta de fazer um dique, um molhe, uma macrodrenagem no município, vamos fazer para evitar que você só fique na retranca, só socorra quando acontece. Cuidar das barragens, ver se elas estão em boa conservação. Tem que fazer mais alguma barragem? Enfim, eu quero fazer um grande planejamento estadual sobre proteção e defesa civil. Não tenha dúvida que nós vamos evitar… Fazer um protocolo. Quando deu um barulho no céu, deu um trovão, faz isso, deu cinco pingos d’água, faz isso. Tem que ter um protocolo, as pessoas têm que estar informadas, orientadas, não é quando acorda, a água está dentro de casa.
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Ao seu lado, coronel Armando vai coordenar então todo esse processo.
Ele será o secretário de proteção e Defesa Civil, o coronel Graf vai ser o secretário-adjunto, que já está cuidando desse plano que eu pedi a ele. A gente vai tentar evitar essas “desgraceiras”. Claro que a natureza a gente não controla, essas intempéries, mas estamos aqui, isso é recorrente. Todos os anos, um ano, dois anos, a gente sabe que isso acontece.
Não sei se vale também olhar a questão de habitação aqui no Estado, porque temos muitas pessoas morando em encostas, em péssimas condições. O senhor pretende conversar com os municípios para esse reordenamento. Porque passa por isso, né, governador?
Não tenha dúvida, vamos fazer projeto de habitação, o prefeito doa o terreno mais a infraestrutura, água e esgoto, e a gente ajuda a fazer o financiamento, para alguém construir sua casa. O Lar Legal, com o presidente Blasi, do Tribunal (de Justiça). Eu fui visitar antes da campanha, coloquei no meu plano de governo dar continuidade a isso, ser parceiro do tribuinal, do Ministério Público, a legalizar propriedade de pessoas, para ter dignidade, para ter como seu, para ter IPTU no seu nome, melhorar a rua. Para dar dignidade para as pessoas. Eu vou fazer um governo para cuidar de gente.
O senhor já mantém contato com a transição federal? Ainda não é momento para isso?
Não, ainda não é momento, esperar clarear… Eu estou cuidando, fazendo os deveres de casa, depois o próximo passo é esse.
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O senhor pretende combater a pobreza no nosso Estado, que infelizmente é grande, como?
Eu falei com a dona Alice… Alice, né? Não vamos chamar de dona, né? Que ela é uma coroa maravilhosa, que Santa Catarina respeita, o Brasil respeita. Eu falei com ela para que a gente consiga fazer um trabalho social diferenciado. É uma ação social. Hoje é desenvolvimento social, estou mudando. Vai ser secretaria de ação social, mulher e família. Então, a gente vai dar um “up” nisso. A gente vai fazer programas, tem diversos programas que a gente pode atacar sobre isso. Sobre pobreza, extrema pobreza, integrando essas pessoas, incluindo essas pessoas, fazendo programa habitacional, para que pague um pouquinho, para valorizar… O Lar Legal vem ao encontro disso. Então eles vão legalizar o terreno e a gente ajuda a construir uma casinha, a melhorar a sua vida. A estrada já tem esgoto, já tem um pouquinho de asfalto, a vida começa a mudar. Então a gente tem que cuidar, tem municípios hoje, que a pobreza não combina com Santa Catarina.
Passamos fome aqui no Estado.
Um Estado como Santa Catarina não pode passar fome. O Ceasa, por exemplo. Vou fazer um programa de aproveitar todos aqueles alimentos para fazer restaurantes no Estado, que possa fazer comida com aquelas sobras de coisas boas, que sobram ali em todas as feiras. Enfim, vamos fazer muita coisa, se Deus quiser, para ajudar o ser humano.
Voltando na relação com governo federal. No começo de 2023, o senhor pretende fazer esse movimento? Falo isso porque estamos falando da própria pobreza, há programas importantes, Santa Catarina nem pensa em ficar de fora.
Ah, isso vai acontecer naturalmente. Vamos fazer, vamos organizar nosso governo aqui, deixar todos os secretários tomarem pé no mês de janeiro, e ver esses programas sociais, que vai ser essa secretaria de Ação Social, e programa de habitação, programa de ajuda de bolsa de socorro para pessoas terem alimento pelo menos. Enfim, temos que fazer as coisas mais essenciais e isso, a relação com o governo federal… O Estado precisa do governo federal e o governo federal precisa de Santa Catarina, porque somos um Estado importante.
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Sistema de água e esgoto no Estado. Isso faz parte da prioridade já no primeiro semestre?
Claro. Todas elas. Os compromissos de campanha vão ser iniciados já desde o primeiro dia. Por exemplo: saneamento. A nossa Casan. A gente tem que dar uma mexida na Casan, uma chacoalhada na Casan. E também abrir a oportunidade de o marco regulatório, que foi aprovado pelo Congresso Nacional, que tem a oportunidade de internar dinheiro para fazer saneamento básico. Vamos ter que estar abertos a isso. Parcerias público-privadas, parcerias com a Casan, para ir melhorando esse índice, porque 25% é muito pouco de saneamento em Santa Catarina. Um estado como o nosso, estamos todos ajeitadinhos, bonitinhos, mas a roupa de baixo está meio furada. Então precisamos melhorar isso, e vou permitir que isso aconteça, não tenha dúvida.
Recursos garantidos, então, para o projeto do ensino superior, as bolsas no sistema privado?
Isso é um compromisso, é uma opção. Eu fiz uma opção por educação superior e educação técnica. Eu vou levantar a régua de Santa Catarina, vocês podem ter certeza disso. Agora, dinheiro não nasce em árvore, nós estamos levantando todos, a situação do governo, o próximo secretário da Fazenda, o Cleverson (Siewert), está dentro da Secretaria da Fazenda essa semana toda levantando dados, informações, de forma respeitosa, para que a gente tome pé do fluxo de caixa, como é que está, como é que não está. Mas os compromissos assumidos são prioridade do governo, e nós vamos cumprir.
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