No último final de semana, o premiê britânico impôs um novo lockdown no sul e sudeste da Inglaterra devido a uma “mutação de disseminação mais rápida” do coronavírus. Boris Johnson foi informado sobre novas evidências de uma variante do vírus que já havia sido detectada em Kent, ao sudeste de Londres e anunciou as novas medidas restritivas após uma reunião de emergência com sua equipe. Segundo o primeiro-ministro, essa versão do patógeno é 70% mais transmissível do que as anteriores.
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Países como Itália, Holanda, França e Bélgica suspenderam nesse domingo (20) as viagens oriundas do Reino Unido com medo do espalhamento da nova mutação. A maioria das nações fecharam a fronteira para o país britânico por 24h ou 48h. A Holanda tomou medidas mais rígidas e proibiu a entrada de passageiros da Inglaterra até o final de 2020.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu aos seus membros europeus que fortaleçam suas ações de controle contra a pandemia. Alguns casos da mutação já foram notificados fora do território britânico, na Dinamarca, na Holanda e na Austrália, segundo a entidade. A OMS afirmou que, além de “indícios preliminares de que a variante poderia ser mais contagiosa”, a cepa em questão “também pode afetar a eficácia de alguns métodos diagnósticos segundo informações preliminares”.
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A organização diz que “não há evidências de qualquer alteração na gravidade da doença”, embora essa questão também esteja sendo investigada. A entidade oferecerá mais informações assim que tiver “uma visão mais clara das características dessa variante”, disse um porta-voz da OMS na Europa.
A África do Sul, que também relatou uma variante diferente do vírus, acredita que a mutação mencionada estaria por trás do aumento das infecções. De acordo com a OMS, essa é uma hipótese que está sendo investigada.
No Reino Unido, as novas medidas foram desenhadas para separar a capital e as cidades ao redor dela do resto do país. São as ações mais severas que o governo já tomou desde o lockdown nacional que vigorou em março e refletem o medo de que a nova variante pudesse aumentar a transmissão do vírus durante o inverno.
Os moradores dessas regiões agora estão sob o nível de alerta mais alto: a orientação é para que todos fiquem em casa e que os comércios considerados não essenciais fiquem fechados.
A vacina
Segundo o portal G1, o coronavírus evoluiu em animais e passou a infectar os humanos há cerca de um ano. Desde então, tem passado por quase duas mutações por mês — desde as primeiras amostras colhidas na cidade chinesa de Wuhan há cerca de 25 mutações.
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Algumas delas, como a do Reino Unido, mostram-se mais preocupantes pela capacidade de disseminação, que substituí de forma rápida as outras variantes do coronavírus; pela alteração em partes importantes do vírus e pelo aumento da capacidade de infectar mais células do corpo humano.
As autoridades de saúde acreditam que as vacinas que estão sendo aplicadas pelo mundo funcionam contra as variantes do coronavírus. Ravi Gupta, professor da Universidade de Cambridge, em entrevista ao G1, disse que se o vírus começar a sofrer mais mutações, pode ser preocupante:
— Este vírus está potencialmente em vias de se tornar resistente à vacina, ele deu os primeiros passos nesse sentido.
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Com a vacinação em massa o vírus terá que mudar para infectar as pessoas que foram imunizadas. Se isso impulsionar a evolução do corona, provavelmente as vacinas terão que ser atualizadas regularmente, como no caso da gripe sazonal.
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*Com informações de Folhapress e G1