São 16h25 de terça-feira. Diversos sons se misturam no Centro de Joinville. Entre barulho de carros, ônibus, buzinas e burburinho de muita gente andando e falando apressada, uma voz melódica tira o marasmo da tarde. Neste momento, ouve-se a história de amor de “Eduardo e Mônica” embalada pelo violão.

Continua depois da publicidade

Embaixo de uma árvore, na calçada do comecinho da rua Dona Francisca, Pedro Apolonid Viana, de 18 anos, dá seu show. O 37º, conta, porque mantém “tudo anotadinho”. Aos pés do garoto, uma caixinha de papel minúscula com algumas moedas.

O que é “normal” em grandes centros, em Joinville ainda causa estranhamento. Mas Pedro já superou a tremedeira dos primeiros dias. A coragem em se tornar músico de rua veio após tentar tocar em barzinhos da cidade. Quem vai dar crédito a um menino com um violão?

Pedro nasceu em Itapoá e está em Joinville há um ano e meio. Divide apartamento com irmã e prima. Segundo ele, as pessoas estranham, mas não o tratam mal. Já fez amizade com os comerciantes e sente-se integrado à paisagem. Não tem dúvida de estar fazendo arte.

Continua depois da publicidade

– Tem muita gente boa que quer mostrar o talento e não consegue – diz Pedro, bem feliz por estar fazendo o que gosta e ainda levar uma grana.

Em dias bons, consegue R$ 50. Em época de pagamento de salário, rende mais, porque, conforme constatou o jovem músico, as pessoas ficam mais animadas.