Musical Orfeu 21 volta a envolver os corações da plateia do Teatro Carlos Gomes

Quando sabemos se o amor realmente chegou? Quando temos certeza disso? Ah, o coração! É ele que nos dará essa certeza. E, se esse grande amor chegasse, mas, por uma fatalidade do destino nos fosse tirado, arrancado da nossa vida, como poderíamos sobreviver? Ah, o amor! Talvez só ele seja suficiente a ele mesmo e a cura também.

Baseado no mito de Orfeu, com uma releitura para os dias atuais, o musical passeia pelo cômico e trágico e faz refletir sobre o que acreditar depois das fatalidades e sofrimentos que ocorrem na vida. A segunda temporada de Orfeu 21, que segue até sábado, promete mais uma vez emocionar a plateia no grande auditório do Teatro Carlos Gomes, em Blumenau.

Nos bastidores, correria, bom humor, olhos brilhantes e sorrisos iluminados, e, mesmo com toda movimentação, a impressão de que todos sabem exatamente suas funções e os lugares que devem ocupar. A montagem do musical envolve mais de 130 artistas, entre professores e alunos das escolas de teatro, música e dança, além de diretores, assistentes e técnicos. E, como em todo espetáculo, por detrás das cortinas, conta com a ajuda dos anjos, pessoas que nem sempre estão no palco, mas que fazem a diferença nos bastidores.

Camareira que ajuda na parte técnica, figurinista que doa olhares doces de mãe, iluminador apaixonado pela união, entre outras pessoas que, além da sua função, ajudam com um sorriso, um abraço, ou simplesmente sussurram pelos quatro cantos que tudo irá ficar bem, que tudo dará certo.

É o caso da figurinista Rosemeri Reddin, a Tia Rose, 56 anos, que entre um detalhe e outro, ajeita linha, botão, laço, joga sorriso, pergunta como vai e, ao mesmo tempo, se emociona ao lembrar da primeira temporada:

– Quando nos demos conta de que vestimos todo aquele pessoal é que percebemos a grandiosidade do trabalho. Foi lindo! As paredes do teatro falam com a gente. Tem vida – diz ela, enquanto se ocupa com os detalhes.

Ainda nos bastidores, com jeito calmo, de quem sabe o que faz, Regina Simas, 46, camareira, ajuda na parte técnica dos palcos, organiza o camarim, faz o café. É a pessoa que apoia os atores na hora da troca de roupa, entre um ato e outro, que fica de olho para que tudo ocorra bem.

– Como é bonito ver a união de toda essa classe artística – comenta Regina, enquanto observa a correria das pessoas nos últimos momentos antes do ensaio.

O amor na bagagem

O cenógrafo Enzo Monti, 25 anos, veio da Argentina para participar da segunda temporada do Musical Orfeu 21. Além de ser responsável pelo cenário, ele atua na peça também. Monti comenta que, na preparação, contou com a ajuda de todos os envolvidos e que as dúvidas que existiam iam se dissipando com o tempo e os ensaios.

Um processo bacana, de propor ideias, de reativar o palco giratório, e sempre na expectativa de que ia dar tudo certo – diz.

Outra pessoa por detrás das cortinas é o iluminador Giba de Oliveira, 45 anos, pessoa que após assistir aos ensaios, cria um desenho, um mapa, um projeto de iluminação para o espetáculo. Giba, como é conhecido no meio artístico, nascido e criado em Blumenau, ou dentro do Teatro Carlos Gomes, como ele mesmo diz, mora no Rio, e sempre que pode volta para a terra. Se emociona ao falar do musical e diz que, apesar da experiência da primeira temporada, sempre bate um frio na barriga.

– Sinto como se fosse um reencontro – afirma ele, em meio ao sorriso.

Tantas outras histórias poderiam ser contadas, cada uma com a sua particularidade, e todas têm algo em comum. Estão apaixonadas pelo projeto Orfeu 21, e pretendem dar o melhor nessa relação de amor que marcará para sempre a história deles, do teatro e da cultura de Blumenau.

Agende-se

O quê: Orfeu 21 Quando: Hoje e amanhã, às 20h30min

Onde: No Teatro Carlos Gomes, Rua XV de Novembro, 1.181, Centro, Blumenau Quanto: R$ 50 e R$ 25 (meia). À venda na bilheteria do teatro (hoje, das 8h30min às 12h e das 13h30min às 18h) ou no site www.blueticket.com.br. Informações: (47) 3144-7166