Por trás das esculturas, cartas e mapas antigos, abrigados em um museu, podem estar a inspiração para a sua próxima redação de vestibular ou uma dica para se responder a uma questão de história. Nem sempre a fórmula tradicional de listas de exercícios, simulados e leituras é a ideal para se preparar para as provas. Às vezes são os métodos mais diferentes que podem ajudar a entender ou a gostar mais de algum assunto.

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A aspirante a historiadora Manuela Salvador Frederico, 18 anos, reforça que o visual dos museus contribui para a fixação do conteúdo. Durante uma visita ao Museu Histórico Municipal de São José, feita a convite do Vestibular, Manuela viu desde utensílios domésticos utilizados pela sociedade são josefense nas décadas iniciais do século 20, peças indígenas encontradas na região e até mesmo uma espada de Dom Pedro II deixada aqui em uma visita que o imperador e a imperatriz Thereza Cristina fizeram em 1845.

A estudante fez questão de tocar nas peças em exposição que lhe saltavam aos olhos e de fazer perguntas ao guia Rodrigo de Souza Fagundes, historiador licenciado pela Universidade Estadual de SC (Udesc) e estudante de Museologia na Universidade Federal de SC (UFSC).

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Foto: Charles Guerra/Agência RBS

– É incrível perceber que uma coisa que você só tinha visto em livros existe de verdade. Eu consigo “holografar” e me transportar para aquela época – diz a estudante, entusiasmada.

O historiador Rodrigo Fagundes, que também é professor, conta que os alunos mais novos, da primeira à quinta série do ensino fundamental, ficam maravilhados e “viajam na imaginação” durante as visitas ao museu. Já os estudantes de séries mais avançadas do ensino fundamental e do ensino médio, se interessam menos.

Mas nem sempre é assim. O professor de história e atualidades Alan Ghedini surpreendeu-se com o interesse dos vestibulandos durante uma visita ao Museu Egípcio Itinerante em São José, na Grande Florianópolis, no ano passado.

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A exposição esteve aberta para visitação entre março e abril de 2012 no Shopping Itaguaçu, em São José e, mesmo com a excursão agendada para um sábado de manhã, muitos estudantes apareceram para ver as réplicas de sarcófagos, estátuas e papiros e assistir ao show de luzes que simulava diálogos entre deuses da mitologia egípcia.

– A visita transformou o conteúdo dado em sala de aula em algo visual, mais lúdico e divertido, e que também tem um efeito pedagógico muito bom. Eles ficaram bem mais interessados no assunto – relata Ghedini.

Museus para que te quero

A professora do curso de Museologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Renata Padilha, não tem dúvidas de que as peças de museus contribuem para o aprendizado, seja de vestibulando ou não. Para ela, qualquer museu pode trazer conhecimento, e isso inclui espaços que trabalham as ciências exatas e biológicas, como, por exemplo, o Museu de Ciência e Tecnologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), em Porto Alegre.

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Outros exemplos são o Museu da Língua Portuguesa, na capital paulista, e o Museu Nacional do Mar, em São Francisco do Sul, no Litoral Norte de SC. Em Santa Catarina, também existem diversos museus ligados à imigração e colonização europeia, processo marcante no Estado. Um exemplo é o Museu Nacional de Colonização e Imigração de Joinville, no Norte do Estado.

– Talvez antes de levarmos os alunos, seja necessário motivar os professores, que muitas vezes não têm, eles mesmos, o hábito de visitar museus – instiga a museóloga.

Renata recomenda que os professores preparem os alunos antes de realizar a visita a um museu, adiantando o conteúdo em sala, para aumentar o interesse. Solicitar uma atividade ou problematizar algum aspecto do que foi visto também estimula a percepção dos estudantes.

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A necessidade de um mediador varia de cada grupo. O ideal é que o professor entre em contato com o museólogo responsável e explique o foco da visita. Se o mediador estiver presente, o melhor é que ele estabeleça o contato entre o público e os objetos sem interferir no olhar dos visitantes, incentivando que eles pensem.

Opções de museus

Museu Histórico de Santa Catarina – Palácio Cruz e Sousa – Florianópolis, SC

O prédio é patrimônio histórico de SC e o acervo permanente é composto por objetos diretamente ligados à história política do Estado.

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Visitação: terça a sexta-feira, das 10h às 18h. Sábado e domingo das 10h às 16h. Telefone: (48) 3028-8091 / 3028-8092.

Museu Victor Meirelles – Florianópolis, SC

O imóvel construído entre os séculos XVIII e XIX, onde o pintor catarinense Victor Meirelles de Lima viveu até os 14 anos, é patrimônio histórico e artístico e comporta obras desse que é um dos mais importantes artistas brasileiros do século XIX, autor de A Primeira Missa no Brasil e Batalha dos Guararapes.

Visitação: de terça a sexta-feira, das 10h às 18h. Sábados, das 10h às 14h.

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Telefone: (48) 3222-0692.

Museu Histórico Municipal de São José – São José, SC

No acervo estão porcelanas, armamentos, mobiliários. Também traz instrumentos de grupos indígenas que viviam na região e informações sobre a história política da cidade.

Visitação: segunda a sexta-feira, das 7h às 19h.

Telefone: (48) 3247-0059 (48) 3259-7932.

Museu Nacional do Mar – São Francisco do Sul, SC

Embarcações originais de todo o país, organizadas por temas e contexto na História do Brasil estão no acervo.

Visitação: terça a sexta-feira, das 9h às 18h. Sábados, domingos e feriados: das 10h às 18h.

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Telefone: (47) 3444-1868.

Museu de Arte de Santa Catarina (Masc) – Florianópolis, SC

São mil obras no acervo permanente, de artistas catarinenses como Juarez Machado a nacionais, como Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral e Burle Marx.

Visitação: terça a sábado, das 10h às 20h30. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h30min.

Telefone: (48) 39532319.

Museu Arqueológico de Sambaqui – Joinville, SC

Vestígios de sambaquis e sítios arqueológicos encontrados na cidade registram a presença dos primeiros habitantes da região.

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Visitação: terça a sexta-feira, das 9h às 17h. Sábados, domingos e feriados, das 12h às 18h.

Telefone: (47) 3433-0114 / (47) 3433-1162.

Museu Nacional de Colonização e Imigração – Joinville, SC

Cinco mil peças, entre mobílias, teares, máquinas de escrever e carruagens registram a memória da imigração e colonização do sul do país.

Visitação: terça a sexta-feira, das 9h às 19h. Sábados, domingos e feriados, das 12h às 18h.

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Telefone: (47) 3433-3736.

Museu Histórico e Antropológico do Contestado – Caçador, SC

O museu exibe peças da cultura indígena, da ferrovia, do povoamento e da colonização da região, além de utensílios da Guerra do Contestado.

Visitação: terça a domingo, das 14h às 18h.

Telefone: (49) 3563-0936.

Museu do Homem do Sambaqui – Florianópolis, SC

Possui coleções de esqueletos que datam de até mil anos atrás, cerâmicas e instrumentos indígenas, animais e moluscos que viveram na região litorânea de Santa Catarina. O museu tem ainda uma coleção de moedas e de outra de vestes religiosas. Visitação: Segunda a sexta-feira, das 13h30 às 17h30.

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Telefone: (48) 3251-1516.

Ecomuseu Ribeirão da Ilha – Florianópolis, SC

Possui acervo ligado à colonização açoriana de Florianópolis e do Ribeirão da ilha, em especial.

Visitação: terça e quinta-feira, das 9h às 18h.

Telefone: (48) 3237-8148

Museu Oceanográfico da Univali (Universidade do Vale do Itajaí) – Piçarras, SC

Possui uma exposição dividida em áreas temáticas, como formação dos oceanos, paleontologia, invertebrados marinhos, peixes ósseos e cartilaginosos, entre outros, e uma coleção da fauna marinha brasileira aberta apenas a especialistas.

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Telefone: (47) 32611287

Museu Anita Garibaldi – Joinville, SC

Funciona no prédio das antigas Cadeia Pública e Câmara Legislativa Munucipal, onde foi assinada e proclamada a República Juliana, em 1839. Conserva peças ligadas ao episódio, como armas e mobiliário, e é dedicado a uma de suas protagonistas, Anita Garibaldi.

Telefone: (48) 3646-2542

Museu de Ciências e Tecnologia da PUC-RS – Porto Alegre, RS

Possui uma exposição permanente com cerca de 700 equipamentos interativos, de áreas como física e química.

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Visitação: terça a sexta, das 9h às 17h. Sábado, domingo e feriados, das 10h às 18h. Telefone: (51) 33203521.

Museu da Língua Portuguesa – São Paulo, SP

É composto por instalações interativas, como uma galeria com projeções de vídeos e uma sala com jogo da origem das palavras.

Visitação: terça a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h).

Telefone: (11) 33220080.

Museu Histórico Nacional – Rio de Janeiro, RJ

O acervo tem mais de 348 mil itens, entre os quais está a maior coleção de moedas da América Latina.

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Visitação: segunda a sexta-feira, das 10h às 17h30. Sábados, domingos e feriados, das 14h às 18h.

Telefone: (21) 25509220.

Instituto Butantan – São Paulo, SP

É um dos centros de pesquisa biomédica mais importantes do mundo. Possui quatro museus: o Biológico, o Histórico, o de Microbiologia e o Emílio Ribas.

Visitação: terça a domingo, das 9h às 16h30.

Telefone: (11) 26279536

Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – Rio de Janeiro, RJ O mais antigo museu do Brasil reúne os maiores acervos científicos da América Latina, incluindo peças de arqueologia e arqueologia biológica, etnologia, geologia, zoologia e paleontologia.

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Visitação: de terça a domingo, das 10h às 16h.

Telefone: (21) 25626900

Espaço Ciência Viva – Rio de Janeiro, RJ

É o primeiro museu participativo de Ciências do Brasil. Disponibiliza experimentos simples e lúdicos, nos quais os visitantes podem mexer, das áreas de Física, Matemática, Biologia, Sexualidade, Astronomia e Música. O museu promove ainda atividades com temáticas específicas.

Visitação: de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 11h30 e das 14h às 16h.

Telefone: (21) 22040599

Escola da Ciência – Física – Vitória, ES

O visitante encontra cerca de 40 instrumentos científicos interativos, lúdicos e divertidos que descomplicam a Física. Os estudantes terão contato com princípios como inércia, transformação de energia, propagação do sim, gravitação, entre outros.

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Visitação: de terça a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h.Sábados, domingos e feriados, das 14h às 18h.

Telefone: (27) 32333556.