Pela primeira vez, três museus de Santa Catarina terão uma comissão de acervo responsável por estabelecer a pauta de exibições de cada local e a política de compra e descarte de obras. O Museu de Arte de Santa Catarina (Masc), Museu Histórico de Santa Catarina (MHSC) e Museu de Imagem e Som de Santa Catarina (MIS) já tiveram comissões informais responsáveis por essas decisões, mas, pela primeira vez, existe uma legislação criada pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC) regulamentando a questão.
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– A curadoria antes era feita ouvindo especialistas da área, consultando pessoas. Estamos seguindo uma tendência do governo federal que sugere uma atuação nos museus com uma maior transparência e com a participação da sociedade civil – explicou o presidente da FCC Joceli de Souza, em uma coletiva de imprensa realizada ontem no Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis.
As portarias que criam as comissões do Masc, MIS e MHSC estabelecem que nove pessoas farão parte de cada comissão. A FCC tem 30 dias para formar cada uma delas. Durante esse período de transição em que a comissão ainda não está formada, os museus já têm exposições programadas, como por exemplo a de Clara Fernandes, chamada Cartas ao Mar; a exposição Ecoarte, com 25 gravuras do acervo do Masc e a exposição da fotógrafa Laís Bernardoni.
Segundo Joceli de Souza, o foco dos museus continuará nos artistas de Santa Catarina e a qualidade do acervo deve ser melhorada.
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– A comissão será responsável pela política de incorporação e descarte de peças. Temos peças incorporadas aos acervos dos nossos museus que estão contaminando outras peças e que não tem a ver com o perfil da instituição. Temos coisas que precisam ser descartadas. Estamos restaurando quadros de Martinho de Haro do Palácio da Agronômica e tem uma fila enorme de obras que precisam ser restauradas – frisou o presidente da FCC.
Prioridade na reforma do CIC
Além dessas mudanças na administração dos museus, a FCC tem entre suas prioridades a conclusão da reforma do CIC.
– Precisamos concluir a expansão da tubulação do ar-condicionado, reformar o café do local (antigo Café Matisse) e a sala multimídia, que terá um projetor de 35mm para exibição de filmes (para alegria dos cinéfilos) – brincou Joceli.
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O edital para essa parte da reforma deve ser lançado ainda no primeiro trimestre de 2013.
– Foi muito traumático para a sociedade de Florianópolis ficar com o CIC fechado por três anos. Agora que as pessoas estão voltando a se apropriar desse espaço – declarou a Diretoria de Patrimônio Cultural da Fundação Catarinense de Cultura, Andréa Marques Dal Grande.
As comissões de acervo e pauta do MASC, MIS e MHSC terão:
Do governo
– Um administrador do museu como membro nato na comissão, que atuará apenas em caso de desempate;
– O gerente de logística e eventos culturais da área de marketing da FCC;
– Três técnicos especializado na área de cada museu.
Da sociedade
– Um membro da imprensa indicado pela ACI (Associação Catarinense de Imprensa);
– Um membro da comissão da Associação de Amigos de cada museu;
– Dois representantes que atuem na área do museu (artistas plásticos ou críticos de arte no caso do MASC; música, vídeo ou fotografia no caso do MIS e da área de história no caso do MHSC).
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