À medida que o Natal se aproxima, o Museu Dickens de Londres vestiu suas roupas festivas e dedicou uma exposição ao conto mais famoso do romancista britânico, “Um conto de Natal” (“A Christmas Carol”), a história de uma redenção que invade os sonhos das crianças anglo-saxãs há mais de 150 anos.
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O museu está instalado em uma casa vitoriana onde morou Charles Dickens e sua família entre 1837 e 1840, e reúne mais de 100 mil itens, incluindo móveis, cartas e milhares de fotos do escritor e jornalista que se dedicava a escrever sobre as desigualdades sociais e sobre o destino reservado às crianças pobres.
Se “Um conto de Natal”, escrito em seis semanas em 1843, é considerado uma bela história em que tudo termina bem, não deixa de falar sobre o trabalho infantil em uma época em que a miséria batia todos e forçava Dickens a pegar a caneta e escrever a respeito, afirma a diretora do museu, Cindy Sughrue.
“Ele estava tão deprimido, tão chocado que decidiu fazer algo para dizer que as crianças mereciam mais”, diz ela.
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Ele mesmo foi forçado a abandonar a escola e trabalhar quando ainda era criança enquanto seu pai estava preso por dívidas, Dickens, o autor de “Oliver Twist” e “A pequena Dorritt”, não deixou de assumir a causa dos mais fracos em seus trabalhos.
“Encontramos um pouco de sua história pessoal em todos os seus escritos”, ressalta Cindy Sughrue, chamando-o de um “ativista da reforma social”.
Em “Um canto de Natal”, Ebenezer Scrooge, que serviu de modelo para, entre outros, o sovina Tio Patinhas da Disney, dificulta a vida de seu empregado e se mostra um tio mau. Durante a noite de Natal, ele recebe a visita de três espíritos, fantasmas dos Natais passado, presente e futuro, que vão o ajudar a se tornar uma pessoa boa.
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Uma ode ao espírito de partilha, a família e o prazer de compartilhar uma refeição, “Um conto de Natal” foi um sucesso imediato que nunca será negado apesar das “inúmeras” adaptações, enfatiza Cindy Sughrue.
Se Dickens não inventou a maneira como os britânicos celebram o Natal em um novo contexto urbano, ele ajudou a cristalizar a tradição, com referências ao peru de Natal, à árvore de Natal decorada e aos corais que pontuam esta noite, de acordo com Frankie Kubicki, curador da exposição.
Aberta ao público a partir desta quarta-feira e até 25 de fevereiro, apresentará, entre outras coisas, um ator interpretando o texto e vai expor os figurinos do filme “The Man who invented Christmas”, que estreará em, berve nos cinemas britânicos, sobre o processo criativo de Dickens (1812-1870).
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* AFP