Aos poucos, as salas do prédio número 600 da rua Dona Francisca vão sendo reabertas e ganhando novas funções dentro do Museu Arqueológico de Sambaqui. Há exatamente uma semana, a Vigilância Sanitária liberou o auditório e as salas da direção e da secretaria para que possam voltar a ser espaços de educação e pesquisa na região que concentra alguns dos sítios mais importantes do Brasil.
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No entanto, a sala de apoio educativo, o depósito, a reserva técnica, os laboratórios e a biblioteca Alfredo Rusins, que contém cerca de sete mil exemplares sobre arqueologia, continuam interditadas.
A situação destes espaços é a mesma de fevereiro de 2012, quando o prédio do museu foi completamente interditado. Àquela altura, a área de exposições já estava fechada há dez meses – foi liberada em julho do ano passado – sob a justificativa de que oferecia riscos para os visitantes. Desde junho, o Palacete Niemeyer virou a segunda sede do Sambaqui de Joinville e abriga uma sala de exposições – a primeira “Face a Face” foi aberta ontem – a área administrativa e as salas de pesquisa.
– Quando um pesquisador precisa de um material do acervo, tem que ir até o outro prédio, abaixar a reserva e levar para a outra sede – explica o diretor do museu, Gerson Machado.
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Quando a Vigilância interditou o local, estabelecendo que os 22 funcionários do museu não poderiam mais trabalhar entre suas paredes, os motivos foram a insalubridade do prédio, os problemas na fiação elétrica e a temperatura – as janelas, por exemplo, não abriam -, além dos riscos que as comportas de madeiras colocadas nas portas para conter o alagamento representavam.
Nos últimos meses, as rampas de acesso foram feitas e as comportas retiradas. Os banheiros também foram adequados às leis de acessibilidade e reabertos. As obras foram feitas com verba do gabinete do vice-prefeito, que pagou o material; e mão-de-obra dos apenados, projeto que emprega detentos da Penitenciária Industrial de Joinville. Não há projetos previstos para bancar as reformas do museu, já que existem discussões sobre a permanência dele no local, onde foi construído em 1972.
Pensamento no futuro
Apesar das mudanças, ainda não há previsão de reunificar a sede do Museu de Sambaqui. Para Gerson, a questão imediata é relocar o acervo, a biblioteca e os laboratórios para outro prédio, de preferência no mesmo em que os funcionários trabalham – mas não há espaço para isso no Palacete Niemeyer.
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– Há muitos prédios federais que poderiam abrigar o museu, até porque o acervo é da União, ele não pertence ao município. Está apenas sob a guarda dele – opina Gerson.
Outro problema é o acondicionamento do acervo, que precisa ser refeito, mas não há estrutura na sede atual. Além disso, a demanda não para de crescer.
– Temos que pensar estrategicamente sobre essas questões, porque Joinville e região estão recebendo muitos empreendimentos novos, em terrenos que passarão por escavações arqueológicas. Se não dermos endosso ao que for encontrado ali, perderemos descobertas valiosas que irão para outros museus – explica o diretor.
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