Museu de Sambaqui de Joinville ganha doações de documentos históricos

O aniversário do senhor Ewaldo Tiburtius, mas quem recebeu o presente foi o Museu Arqueológico de Sambaqui. Um dia antes de completar 88 anos, Ewaldo visitou o museu nesta terça-feira para fazer mais uma doação de documentos deixados pelo seu pai, o pesquisador alemão Guilherme Tiburtius.

Atualmente, o acervo do museu conta com cerca de 45 mil peças. Destas, aproximadamente 12 mil são da coleção de Guilherme Tiburtius. Ontem, Ewaldo, único filho vivo do pesquisador, entregou dezenas de cartas recebidas de visitantes, arqueólogos e estudiosos de todo o mundo enviadas a Guilherme.

O Museu de Sambaqui foi criado em 1963, a partir da compra de uma coleção do arqueólogo autodidata, e em 1972 foi aberto ao público.

Na coleção, há uma variedade de materiais, de acervos documentais, líticos, artefatos, ferramentas, ossos humanos e na diversidade de materiais indígenas coletados em pesquisas de campo na região de Santa Catarina e Paraná.

Para o educador do museu, Gerson Machado, a doação é mais uma colaboração para a história, que envolve os primeiros registros históricos da região, principalmente de comunidades indígenas já extintas.

Durante a visita e explicação sobre o processo de arquivamento do material que era de seu pai, Ewaldo resgatava lembranças do “opa” na companhia de seus filhos Claudio Ewaldo Tiburtius, Heloisa Yara Tiburtius e Bartira Tiburtius, que mora em Chicago.

Entre uma explicação e outra, Ewaldo questionou quando será construído um novo museu, ao ouvir uma funcionária comentar sobre a necessidade de um novo prédio.

A satisfação estava estampada no rosto de seu Ewaldo, principalmente ao conhecer todo o arquivo do museu, com muitas peças doadas por ele também.

– Eu acompanhava muito meu pai, mas enquanto ele escavava, eu ia caçar. Ficávamos dias acampando, fazíamos comida, eu caçava bichos e ele trabalhava – lembrou.

Perguntado sobre qual viagem o marcou mais, a resposta foi rápida: – Todas – enfatizou.

– Às vezes, eu via um osso nas escavações e ia puxando e o opa ficava tão bravo – recordou a neta Bartira, que ainda criança também acompanhava as expedições do avô pela região de São Francisco do Sul.

Todos os novos documentos serão catalogados para compor oficialmente a coleção do museu.