Nos próximos dias o Museu Nacional da Imigração e Colonização receberá visitas frequentes de um grupo que, mais do que interessado na história do icônico ponto turístico de Joinville, avaliará a estrutura e o espaço, tomando medidas e estudando o material das paredes e do telhado.
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Guiadas pela arquiteta Ana Paula Jauregui, essas análises servirão de base para a criação do projeto de restauro do local, aguardado há muito tempo e que deve estar pronto até fevereiro de 2015, facilitando assim a busca por recursos para a execução da reforma.
O primeiro levantamento foi realizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), responsável pela abertura do edital que culminou na contratação da empresa Adobe Engenharia para a criação do projeto a R$ 147 mil, pagos com recursos do órgão em uma parceria com a Fundação Cultural de Joinville.
Os problemas, no entanto, são velhos conhecidos do “Palácio dos Príncipes”: a cobertura tem infiltrações – com goteiras que apresentam riscos à conservação do imóvel e das obras – e o alpendre lateral direito, no segundo piso, está envergado, sendo mantido por estacas.
– Nas visitas poderemos fazer o diagnóstico da casa principal. A reforma inclui encontrar material diferente do original para que seja possível distinguir o que é novo e o que é antigo, mas sem alterar o que é histórico. Vamos buscar soluções adequadas – afirma Ana Paula.
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Democratização do espaço
Além da necessidade de reparos, o prédio construído em 1870 e transformado em museu no início dos anos 1960 não apresenta condições para a acessibilidade, questão que deve ser resolvida com a instalação de um elevador externo. A reserva técnica, que hoje fica espalhada pelo casarão, deverá ganhar local exclusivo, em um anexo de 300 metros quadrados que funcionará como acervo e sala da administração, desocupando espaços que poderão ser usados para exposições.
– Hoje quem tem mobilidade reduzida não consegue acessar os pavimentos superiores e, com o elevador, teremos a democratização. Já o anexo nos dará utilização plena das salas e um local adequado para acondicionar aproximadamente metade das mais de 4 mil peças que temos e não ficam expostas – conta o coordenador do museu, Dilney Cunha.
A última vez que o casarão da Alameda Brüstlein viu uma grande reforma foi há cerca de 12 anos, quando recebeu reparos no sistema elétrico e na luminotecnia, na pintura e nos vidros expositores. Desde então foram feitas apenas intervenções pontuais no museu que em 1939 foi tombado como patrimônio histórico federal.
Construído para servir à administração da Colônia Dona Francisca, ele apresenta exposições que contam a história da colonização em SC e recebe cerca de 3 mil pessoas por mês, sendo um dos três mais visitados do Estado, ao lado do Museu Histórico de Santa Catarina e do Palácio Cruz e Sousa, em Florianópolis.
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