Quando o Museu Casa Fritz Alt foi interditado, em março de 2010, a expectativa da coordenadora Linda Suzana Poll era de que, em dois anos, o local fosse reaberto ao público. O prazo se encerrou no mês passado e nenhuma telha sequer saiu do lugar desde então.
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Salvo a adequação das estacas que seguram de forma provisória a cobertura da construção da década de 1920 e a retirada da maior parte das obras de Fritz Alt, não houve muitas mudanças no museu. Obras de grandes dimensões e outras fundidas em bronze permanecem nos lugares originais e só serão retiradas da construção quando as obras iniciarem-se, pois precisam de recursos especiais para deslocamento e transporte.
A “Pietá” é um exemplo. Como é grande demais para passar pela porta de acesso à sala, terá que ser dividida em partes menores. Segundo a coordenadora do museu, não há goteiras que prejudiquem o acervo que permanece na casa.
A mudança não passa tão cedo pela preocupação da coordenação. No ano passado, a Fundação Cultural de Joinville garantiu o repasse de cerca de R$ 225 mil do Ministério do Turismo para a recuperação da varanda do Museu de Arte de Joinville e restauro do Museu Nacional de Imigração e Colonização e do Museu Fritz Alt, que abocanhou a maior fatia da verba, R$ 177 mil. O valor garante a recuperação do telhado e de parte do piso do imóvel tombado, que foi residência do próprio artista.
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O edital de licitação para execução das obras foi lançado pela primeira vez em setembro de 2011. O prazo de inscrição encerrou-se e nenhuma empresa se interessou pelo trabalho. Uma nova oportunidade foi lançada um mês depois, e, novamente, não houve candidatos.
O gerente de patrimônio, Diego Finder Machado, conta que a Prefeitura procura uma empresa que execute as obras dentro do orçamento previsto, mas já estuda uma reavaliação dos preços.
– Uma das maiores reclamações das empresas é o valor baixo, visto que são seguidos os padrões da Caixa Econômica, e estes não levam em conta a restauração como mão de obra especializada-, explica Diego.
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Caso não haja acordo com nenhuma construtora, o Instituto de Pesquisa e Planejamento para o Desenvolvimento Sustentável de Joinville (Ippuj) fará um novo cálculo de atualização do orçamento para que a Prefeitura possa lançar valores mais atrativos. A diferença deverá ser bancada pelo município. O gerente de patrimônio diz que ainda não há previsão para o novo edital.
Além do museu em memória do artista alemão, dependem deste edital outros dois importantes espaços culturais de Joinville. A sede do Museu de Arte de Joinville está fechada desde o fim de 2011 por causa das más condições que a casa centenária vinha apresentando.
Já o Museu de Imigração foi ameaçado recentemente pela Vigilância Sanitária e chegou a ser interditado por um dia, até que a Fundação Cultural comprovou a liberação de abertura do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
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