Murilo Fischer faz o tipo que fala pouco. Para o repórter, que prefere perguntar e ouvir bastante, arrancar algo diferente do cliclista catarinense é bem mais difícil que aprender a andar de bicicleta. Fischer não é tímido, apenas reservado, parece constantemente concentrado como se em sua mente pedais, rodas, câmbio e força estivessem sempre em sintonia, pedalando.

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Hoje e domingo o ciclista promove o 3º GP Murilo Fischer entre Palhoça e Santo Amaro de Imperatriz. A prova conta com cerca de 200 atletas e percorrerá até 60 quilômetros pelas estradas da Grande Florianópolis.

Fischer mora há 15 anos no Norte da Itália, na cidade de Treviso. Uma brincadeira em italiano descontrai o atleta que costuma vir ao Brasil para visitar amigos e familiares e pedalar. Mas logo que o telefone inicia a gravação, as respostas ficam mais objetivas. Ainda assim, ele contou sobre as diferenças do esporte entre a Europa e o Brasil.

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Falta o hábito e a cultura da bike

– Nosso país ainda não tem a cultura da bike. Agora que começamos a perceber a bicicleta como um meio de transporte e lazer. Não temos o hábito e também não temos condições de fazer da bicicleta esse meio – avalia Fisher, que encontrou mais oportunidades para pedalar profissionalmente no continente europeu.

O atleta, natural de Brusque, é cotado para representar o Brasil na Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro. Fischer, que está com 36 anos, já projeta que esta deve ser o seu quinto e último Jogos Olímpicos e cogita se aposentar profissionalmente após as provas.

A experiência de 20 anos pedalando trouxe muitas vantagens e moldou o perfil do atleta conforme o tempo.

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– A gente muda ao longo dos anos. Agora eu freio um pouco antes do que fazia quando novo, sou mais estratégico, menos audacioso. Não é medo, embora medo e receio sempre temos. Faz parte e é importante para não cometer erros – conta Fischer.

ENTREVISTA – “Rio 2016 é meu objetivo, minha 5ª Olimpíada”

O que falta para o Brasil avançar mais no ciclismo como esporte?

O problema é que o Brasil não tem essa cultura. Agora que começam a ver a bicicleta como um meio de transporte e lazer. Não temos o hábito e também não temos condições de fazer da bicicleta esse meio. Na nossa região, por exemplo, só agora temos algumas ciclovia.

Você acha que isso no futuro pode incentivar a formação de mais atletas?

O ciclismo como competição é muito caro e as pessoas ficam preocupadas pela sua segurança. Santa Catarina ainda é mais segura que outros lugares do país. Mas ainda assim é complicado.

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Esse é o terceiro ano do GP aqui em Florianópolis. O que percebe de bom que justifica o investimento?

Quando criamos o evento, decidimos garantir a qualidade e, apesar de ser muito diferente de como são outro eventos na Europa, a gente percebe uma evolução cada vez maior no número de pessoas. Estamos crescendo. A ideia é dar uma chance de praticar o ciclismo e incentivar a cultura.

E sobre Olimpíada. Vamos te ver no Rio 2016?

O Rio 2016 é meu objetivo. Participar da minha quinta Olimpíada e quem sabe encerrar a carreira profissional. Claro, depois continuarei envolvido com o esporte de outras formas. No ciclismo de estrada olímpico não tem índice de classificação. Quando se fecha o ranking das nações, se define quantas vagas cada país tem. Acredito que o Brasil terá três e eu espero poder ir.

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No Continente Park Shopping

Sábado

Das 10h às 20h na Expo GP – Entrega de kits e sessão de autógrafos com Murilo Fischer.

Domingo – Prova

Concentração dos atletas 7h

Largada: 7h30min

Premiação: a partir das 12h00