Após quatro anos jogando na Itália, Murilo resolveu voltar para o Brasil no ano passado. Com propostas de contrato muito semelhantes, o gaúcho de Passo Fundo decidiu retornar aos encantos do país de origem – para o bem do esporte nacional.

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O ponteiro vê alguns problemas entre as ligas europeias e brasileira. Revela que não há união entre as equipes e que, na Itália, existe uma liga que organiza a competição, ao contrário do Brasil, onde a Federação cuida tanto da seleção quanto da Superliga.

– É uma espécie de Clube dos 13 (entidade que defende os interesses dos principais clubes de futebol do Brasil). Aqui, ainda não é assim. Eles são mais organizados que a gente.

Outro fator que Murilo enxerga como defasado em relação à Europa são os níveis das competições. O principal jogador brasileiro lembra, por exemplo, que, aqui, só são realizados os campeonatos estaduais e a Superliga, sem um Sul-Americano forte.

Defendendo o Sesi, de São Paulo, conta um pouco da rotina de trabalho da equipe. Diferentemente do que ocorre no futebol, o grupo treina até em dias de jogo. Se não há partidas marcadas, as atividades são realizadas em dois turnos. Não existe concentração e nem dia de folga.

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– Às 17h (se o jogo for pela noite), a gente volta para o ginásio. Tem o lanche, assistimos o vídeo da outra equipe. Após o jogo, cada um janta onde quiser e, na sexta, já tem trabalho.

Ex-jogador da seleção, Giovane Gávio, o Gigio, é o treinador do Sesi. Murilo afirma que o comandante prefere passar as orientações em conversas, sem os conhecidos trejeitos, berros e caretas de Bernardinho, e o enche de elogios.

– Ele é muito tranquilo. O oposto do Bernardo. Tem muita paciência. Lógico que estoura, pois ninguém é de ferro. Não é fácil esta transição jogador-treinador. Acho que ele está se aperfeiçoando.

Murilo não aponta favoritos na Superliga deste ano. Elogia a volta das grandes estrelas (Ricardinho, Giba, Vissotto), como um dos grandes atrativos para elevar a qualidade do campeonato.

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– O nível da Superliga melhorou muito com a volta de todo mundo. Temos jogos excelentes quinta e sábado durante seis meses de campeonato. É uma competição que não dá para respirar.

A Sogipa, único time gaúcho no torneio, também mereceu comentários do atleta. Acredita que o time do treinador Jorginho Schmidt, apesar de estar na 12ª posição entre as 15 equipes, pode dar muito trabalho usando a potência do saque.

– Eles podem surpreender muita gente, apesar de não terem um elenco tão forte. Sabemos do conhecimento do Jorginho de vôlei e o respeitamos bastante.