Fabiana Murer salvou o Brasil do vexame do Mundial de Atletismo de Pequim ao conquistar a medalha de prata no salto com vara, nesta quarta-feira, enquanto o Quênia levou mais dois ouros no dia em que duas atletas foram suspensas por doping.

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Aos 34 anos, a atleta nascida em Campinas voltou a representar o país no pódio de uma competição de alto nível, em meio ao marasmo que dura desde os Jogos Olímpicos de Londres-2012, quando nenhum brasileiro conseguiu medalha, como na última edição do Mundial, em Moscou-2013.

Fabiana superou o trauma dos Jogos de Pequim-2008, ao conquistar a prata com um voo de 4,85 m no ‘Ninho do Pássaro’, o mesmo estádio onde viveu uma das maiores desilusões da sua carreira, quando uma das suas varas sumiu durante durante a final olímpica.

O auge da sua trajetória também tinha sido na Ásia, há quatro anos, em Daegu, na Coreia do Sul, quando se tornou a primeira e única campeã mundial da história do atletismo brasileiro.

“Estou muito feliz, e sinto algo diferente em relação às outras medalhas que conquistei, já que estou no final da minha carreira e quero aproveitar o momento”, comemorou a brasileira, que já deixou claro que disputou em Pequim seu último Mundial.

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Na capital chinesa, a brasileira ficou muito perto do bicampeonato, mas acabou sendo superada novamente pela cubana Yarisley Silva, diante da qual também amargou o vice-campeonato nas dos últimos Jogos Pan-Americanos.

Fabiana estava com o ouro em mãos quando passou os 4,85 m, igualando sua melhor marca, alcançada em Daegu-2011, mas Silva tirou um coelho da cartola na última tentativa a 4,90 m.

Quênia no olho do furacão

Mais cedo, a sessão noturna desta quarta-feira abriu com uma notícia assombrosa: as quenianas Koki Manunga (400 com barreiras) e Joyce Zakary (400 m) foram suspensas de forma provisória pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF) por terem sido flagradas em exames antidoping antes da competição.

O Quênia já estava no olho do furacão por conta de revelações na imprensa de que produtos dopantes circulam com muita facilidade no país.

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Nos últimos anos, 35 atletas quenianos foram flagrados, colocando sob suspeita a hegemonia nas provas de meio-fundo.

A suspensão de Manunga e Zakary mostra que as provas de velocidade tampouco escapam do problema.

Pouco depois do anúncio, o Quênia mostrou justamente que consegue brilhar também fora das pistas, com o ouro inédito de Julius Yego no lançamento de dardo.

Em seguida, numa prova tradicionalmente dominada pelo país africano, Hyvin Kiyeng Jepkemoi subiu no lugar mais alto do pódio dos 3.000 m com barreiras imitando o compatriota Ezequiel Kemboi, que conquistou o tetracampeonato na segunda-feira. Foi a sexta medalha de ouro do Quênia no campeonato.

Bolt x Gatlin na final dos 200

A África do Sul também conquistou o ouro, com a vitória de Wayde Van Niekerk, com o tempo incrível de 43.48, sexta melhor marca da história, deixando para trás o favorito Lashawn Merritt (43.65), que tentava o tricampeonato, e teve que se contentar com a prata.

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O americano já foi suspenso dois anos por doping, em 2009.

Nos 400 m com barreiras, a tcheca Zuzana Hejnova farutou o bi nos 400 m com barreiras ao vencer a prova em 53.50, melhor marca do ano.

Os superastros Usain Bolt e Justin Gatlin voltaram ao ‘Ninho de Pássaro’ nesta quarta-feira, e se classificaram com autoridade para a final dos 200 m, com os melhores tempos das semifinais.

Gatlin foi o mais rápido (19.87) e Bolt cravou 19.95 sem precisar forçar seu talento. Os dois foram os únicos a correr abaixo dos 20 segundos. A final está marcada para quinta-feira, às 20h55 locais (9h55 de Brasília).

Nas séries dos 200 m femininos, a brasileira Rosângela Santos avançou à semifinal com o 18º melhor tempo (23.01).

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* AFP