Quando uma de suas varas sumiu em plena final da Olimpíada de Pequim, a brasileira Fabiana Murer fez de tudo. Reclamou, chorou, tentou até interromper a prova e disse que nunca mais voltaria à China. Quatro anos depois, às vésperas dos primeiros Jogos Olímpicos após este episódio, ela vê o fato de outro modo.

Continua depois da publicidade

Agora, ela até encara o tropeço como algo que contribuiu com sua carreira. Após o problema com a vara, Murer foi campeã mundial indoor (em Doha em 2010) e em pista aberta (em Daegu, no ano passado), e levou o título da Liga de Diamante há dois anos. Para a Olimpíada de Londres, a saltadora chega como uma das favoritas para levar uma das medalhas.

– As pessoas nunca irão esquecer desse episódio, e eu também não quero esquecer. Isso ficou no passado, não mexe mais comigo, mas foi importante eu ter passado por isso para eu alcançar o que eu conquistei hoje. As pessoas não precisam esquecer disso, não tem problema – disse Murer.

O que também não sai da memória da brasileira é sua principal adversária e favorita à medalha de ouro na Inglaterra: a russa Yelena Isinbayeva, que neste ano voltou à sua melhor forma.

Após ser campeã em Pequim, a recordista mundial da prova com a marca de 5,06m viveu uma fase de vacas magras e só retomou sua hegemonia em 2012. Em fevereiro, ela bateu a melhor marca do mundo para provas indoor com 5,01m. No mês seguinte, ela conquistou o título mundial, mais uma vez em pista coberta, na Turquia.

Continua depois da publicidade

– Acho que essa queda foi mais psicológica do que técnica. Ela trocou de técnico, é mais uma motivação que ela tem agora. O treino muda, e ela ficou mais próxima da família também. Era difícil para ela viver na Itália em um quarto de alojamento. Isso a ajuda a ficar mais tranquila – falou a brasileira, que é amiga da musa russa.

Em 2012, Murer ainda não competiu. Ela abriu mão da temporada indoor para se preparar melhor para a Olimpíada. No início do ano, ela realizou treinos em Portugal, e atualmente se prepara em São Paulo com seu técnico Elson Miranda. Além da medalha olímpica, ela tem como objetivo saltar 5 metros.