Performance, rendimento, treinos constantes e muita dedicação. Essa é a rotina dos amantes do esporte, incluindo aqueles que possuem alguma deficiência. O paradesporto ainda requer políticas públicas a nível nacional, mas o país vem promovendo ações que visam aumentar o número de atletas tanto em treinos para melhorar a integração e qualidade de vida quanto em competições de alto nível.
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No Brasil, as modalidades de práticas paradesportivas são administradas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e as deficiências elegíveis são deficiência visual (cegueira e baixa visão), deficiência física (motora) e intelectual.
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Em municípios catarinenses, o investimento no paradesporto é realidade e já traz frutos. No ano passado, com a diminuição dos riscos da pandemia de Covid-19, a Prefeitura de Gaspar, através da Fundação Municipal de Esportes e Lazer de Gaspar (FMEL) e da Secretaria de Educação, deu início ao programa de paradesporto, com modalidades paralímpicas como natação, bocha e atletismo. Por meio de parcerias e apoio de atletas e instituições como o SESI de Blumenau, Gaspar conta com atletas em escolinhas de iniciação e treinos de rendimento.
Os resultados vêm sendo conquistados. Recentemente, Gaspar teve dois paratletas convocados para representar o Estado em uma competição regional e 15 atletas trouxeram 17 medalhas para a cidade no Parajesc, sendo essas as primeiras medalhas paralímpicas conquistadas pelo município.
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Roni Muller, presidente da FMEL de Gaspar, destaca a importância do paradesporto, principalmente pela inclusão social. O programa, lançado há poucos meses, ainda precisa de melhorias estruturais, mas a meta é criar uma diretoria de paradesporto para que a ação seja realizada também em eventuais próximas gestões. A expectativa é de que a diretoria seja criada ainda neste ano. Tanto a parte escolar, na iniciação, quanto o rendimento, até adultos, serão apoiados pelo município.
— Rendimento, medalhas e competições são também importantes, mas ficam em segundo plano. O foco é empoderar esses paratletas, que eles podem superar as suas expectativas e contribuir com o município, assim como o município pode contribuir com elas. Nos espelhamos no exemplo que é Blumenau para Santa Catarina e para o Brasil e daqui a pouco vamos chegar lá também.
Seleção e avaliações
Hoje, o paradesporto atende cerca de 80 crianças e adolescentes de diversas escolas, mais a APAE. Os treinos acontecem nas segundas e quartas-feiras na ADC-Seara, com a modalidade de atletismo e Bocha Paralímpica. Já a natação é realizada na Academia Like, com treinos três vezes na semana e preparação física duas vezes na Academia Moving Body.
Carlos Henrique de Oliveira, professor e coordenador das ações no município, conta que foram feitas avaliações no ano passado, quando começou o paradesporto na cidade.
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— O processo ocorre sempre em parceria com as escolas. No ano de 2021, as crianças eram avaliadas no SESI. Neste ano, contamos com a parceria da Associação Desportiva Classista Seara, que chamamos carinhosamente de Espaço Paralímpico. As avaliações e seleção não param. Continuamos em contato com as escolas e salas da educação especial e, se precisar, avaliamos as crianças na própria unidade escolar, pois o programa visa sim o esporte, mas também a oportunidade da criança e adolescente com deficiência praticar uma modalidade paradesportiva.
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Em outubro, o município realizou o seu primeiro Festival Paradesportivo, feito para os alunos que estão em treinamento. Os que já foram avaliados e ainda não estão em treinamento, assim como os que não conseguiram comparecer às avaliações das escolas municipais, estaduais, particulares e federais, podem participar no mês de novembro do Meeting CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro).
— Com o atletismo de 17 atletas que já estão se destacando nos treinamentos, acompanhados de seus técnicos Heitor Sales e Wagner Calefi, o Meeting CPB em Curitiba terá a modalidade de Halterofilismo com o atleta Ismaquias Frazão, a natação nas Paraolimpíadas Escolares 2022, com a atleta Gabriely Stein Hostins e seu técnico e coordenador do Paradesporto Carlos Henrique de Oliveira, no maior evento escolar Paraolímpico. Além disso, Santa Catarina realiza o Parajasc, Jogos Abertos Paradesportivos do estado, um evento de grande porte e que revela grandes atletas – completa Oliveira.
Avanços continuam
Em um ano de paradesporto, Gaspar já conquistou mais de 20 medalhas, em circuitos paradesportivos na cidade vizinha Blumenau, nos Parajesc, Jogos Escolares Paradesportivos de Santa Catarina, e no regional 3 das Paralimpíadas Escolares – quando a atleta Gabriely Stein conquistou vaga para a etapa nacional da mesma competição nas Paralimpíadas Escolares.
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Saiba mais sobre as ações de paradesporto de Gaspar.
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