Múltipla Dança, festival especializado em dança contemporânea, chega a sua sétima edição em Florianópolis. De terça-feira a domingo, o público se reúne para conferir uma extensa programação com sete espetáculos, quatro oficinas, três diálogos, três lançamentos de livro e uma mostra de vídeodança – com exibição de dois documentários sobre a arte.

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A homenageada deste ano, Sandra Meyer, é em si uma confirmação do nome do evento. Atuando em múltiplas áreas em prol do desenvolvimento da dança, depois de tantas conquistas como pesquisadora, crítica, professora e bailarina, ela ainda sustenta a bandeira de criar a graduação em Dança na Udesc.

– Sandra é incansável na luta pelo reconhecimento da dança como um campo de conhecimento autônomo e específico. Toda a classe e o Estado de Santa Catarina devem muito a ela em relação ao que já fez na área – explica Jussara Xavier, curadora do evento ao lado de Marta Cesar.

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O diferencial do festival é a criação e o compartilhamento de conhecimento. A dança contemporânea, de certa forma, é apenas um pretexto para que aconteça esse diálogo entre os bailarinos, os críticos e os espectadores. Todos os anos existe um enfoque da curadoria, que nesta edição recaiu sobre a escrita.

Escrever sobre dança contemporânea, nesse contexto, implica em conhecer suas peculiaridades e exercer uma reflexão sobre o que é a dança, sua crítica, as sensações que gera e seu contexto social e histórico. O público é convidado a completar a obra com seu olhar pessoal no projeto Múltiplas Escritas, coordenado por Sandra Meyer e Anderson do Carmo.

– É uma plataforma para tentar produzir críticas de outro jeito. Algo que não seja simplesmente opinião – diz Anderson.

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Os textos serão postados no site do evento e amanhã já é possível conferir o segundo da série. O primeiro, como ele explica, é a própria curadoria do evento, que estabelece um entendimento do que é a dança na atualidade por meio da seleção do programa. Todas as pessoas são convidadas a participar com seu olhar biográfico sobre quaisquer uma das atividades da programação. Pelo e-mail multiplasescritas@gmail.com é possível solicitar mais informações e também se inscrever no projeto.

A abertura do festival fica por conta de O Tempo do Meio, da Esther Weitzman Companhia de Dança, do Rio de Janeiro. A coreógrafa e diretora Esther Weitzman explora a temática do tempo, seus desdobramentos e conflitos. Os bailarinos estão entregues aos seus gestos, em movimentos que passam e se transformam em outra coisa.

O espetáculo internacional será o Maneries, do grupo argentino Luiz Garay & Co. Criada em 2009 por Luiz Garay, a coreografia desperta diferentes sentimentos e reflexões. A performer Florencia Vecino explora os limites formais do corpo criando significados e representações.

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Neste ano se repete a aposta em promover um espetáculo infantil para sensibilizar os pequenos. A Balangandança Cia., de São Paulo, apresenta Ninhos no Parque Ecológico do Córrego Grande. Em espaço aberto, ele estimula o lúdico da criança, mas também insere o cuidado com a ecologia.

>> Programação do festival

:: Espetáculos

20 de maio, 21h, Teatro Ademir Rosa (CIC)

O Tempo do meio – Esther Weitzman Companhia de Dança (RJ)

21 de maio, 20h, Teatro da UBRO

Finita – Denise Stutz (RJ)

22 de maio, 21h, Teatro da UBRO

Solidão Pública – Adilso Machado (SC)

23 de maio, 21h, Casa das Máquinas

Fole – Michelle Moura (PR)

24 de maio, 21h, Sala Espaço 2 CEART

Sobre expectativas e promessas – Grupo Cena 11 Cia. de dança (SC)

25 de maio, 20h, Célula Dança

Maneries – Luis Garay & Co. (Argentina)

:: Oficinas

21 e 22 de maio, 9h às 12h, Casa das Máquinas

Dança e Criação – Esther Weitzman

A comunicação do movimento dentro de um contexto contemporâneo, procurando a dinâmica e a percepção do momento presente, a construção e a qualidade do movimento.

23 e 24 de maio, 9h às 12h, Sala de Dança 1, CEART/UDESC

Corpo Presente – Denise Stutz

A experimentação de um corpo que se move a serviço da imaginação e dos sentidos. Jogos corporais estabelecem relações e ampliam a percepção do que nos rodeia: o espaço, o tempo, os outros.

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23 e 24 de maio, sexta: 13h às 16h, sábado: 14h às 17h, Sala de Dança CDS/UFSC

Forma Less – Luis Garay

De acordo com o filósofo italiano Mario Perniola, a sensibilidade contemporânea é marcada por devir um objeto-que-sente. Pretende-se buscar metáforas de materialidade para esta forma particular de subjetividade.

22, 23 e 24 de maio, 9h às 12h, Sala Espaço 1

CEART/UDESC

Escrita com a Dança – Joubert Arrais (PR/SP/CE)

Projeto Crítica com a Dança

Interlocutora local convidada: Elke Siedler

Laboratório prático com o objetivo de fomentar a relação da escrita com a dança na contemporaneidade. Produção de manuscritos como experiências de corpo e movimento, buscando estimular o hábito da escrita e experimentar suas possibilidades críticas.

Agende-se

O quê: abertura do 7º Múltipla Dança – Festival Internacional de Dança Contemporânea, com o espetáculo O Tempo do Meio, da Esther Weitzman Cia. de Dança (RJ)

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Quando: terça-feira, às 21h

Onde: Teatro Ademir Rosa (CIC) (Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5600, Agronômica, Florianópolis)

Quanto: gratuito. Ingressos distribuídos no local, uma hora antes do espetáculo

Mais informações: (48) 3953-2334

Confira a promgramação completa no site do festival Múltipla Dança.