Tem mais gente pisando fundo no acelerador em Joinville. A proporção dos apressadinhos no trânsito cresceu 15,18% de 2011 para 2012, segundo dados do Itrran. Foram 63.178 multas aplicadas em motoristas pegos dirigindo acima da velocidade permitida. Destas, 54.854 autuações foram para quem ultrapassou em até 20% o limite – cerca de 11,15%. Punições a quem andou com o velocímetro além de 20% da velocidade máxima permitida chegaran a 8.324 infrações no ano passado. O número representa um crescimento de 51,31% em relação a 2011. Nestes casos, infrações graves, há perda de cinco pontos na carteira.
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Somadas as duas formas de infração, o quadro chega ao de um veículo multado por alta velocidade para cada cinco em circulação na cidade. As estatísticas de velocidade excessiva foram as únicas que aumentaram entre as cinco principais autuações registradas no ano passado.
Multas por dirigir usando o celular, estacionar em local proibido e por avançar o sinal vermelho caíram. Assim, houve redução no quadro geral de multas em 8,19%. Foram 137.678 notificações, com queda pelo segundo ano consecutivo.
Para frear também os casos de alta velocidade, o Ittran aposta em duas frentes: conscientização e fiscalização eletrônica. É com mais radares, defende o diretor de trânsito do Ittran, Ruben Neermann, que o motorista é forçado a pensar duas vezes antes de acelerar demais.
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Hoje, há 40 pontos de fiscalização eletrônica em Joinville. A meta é ampliar a cobertura para 100. Se não houver problemas para o lançamento do edital de compra no primeiro semestre, a previsão é de que as instalações comecem no segundo semestre de 2013.
A medida, segundo Neermann, é para colher resultados em curto prazo.
– Não haveria multa se não houvesse infrator. Temos de cobrar o cumprimento da lei porque é o direito da sociedade -, argumenta.
Com mais radares, a tendência esperada é de que o número de autuações continue elevado. Mas o foco da fiscalização eletrônica, defende o Ittran, é evitar acidentes. A distribuição dos novos equipamentos, diz Ruben Neermann, vai seguir um mapeamento em fase de elaboração que aponta as regiões com mais ocorrências.
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– É preciso tomar esse tipo de medida, principalmente onde há atropelamentos. Nos eixos principais, nas proximidades de escolas. A própria lei já estabelece critérios técnicos -, diz.
Educação é a melhor saída
Só a autuação, reconhece o diretor de trânsito do Ittran, Ruben Neermann, não educa no volante. Para ele, a aplicação da pena aos infratores é falha porque demora para ter efeito.
– A suspensão do direito de dirigir leva até um ano, por causa de prazos e recursos. Então, perde o efeito. Quando recebe a multa após muito tempo, o motorista não lembra da infração que cometeu. Aí culpam a tal da indústria da multa -, avalia.
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A aposta de mudança está nas crianças. Três programas de educação no trânsito com estudantes são mantidos pelo Ittran em escolas das redes pública e particular. A ideia é atingir 18 mil crianças em 2013.
Professores são capacitados e trabalham atividades específicas em sala de aula. O plano é que, além de respeitarem no futuro o que aprenderam, os alunos também cobrem dos pais o respeito às leis de trânsito.
– Ao longo dos anos, Joinville tem feito esse tipo de iniciativa, a começar pelo Aluno-guia. Quem iniciou no programa é, hoje, um cidadão adulto, que tem habilitação e aprendeu de forma diferente. Educação de adultos é mais complexa, difícil de mudar o comportamento. Por isso, trabalhamos com as crianças -, diz ele.
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