As principais infrações flagradas por câmeras de monitoramento em Blumenau expõem a falta de educação de motoristas e motociclistas no trânsito da cidade. Todas as 10 multas que mais foram aplicadas pelo método – reativado em março do ano passado – são por atos relacionados aos chamados “espertinhos”.
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A primeira colocada na lista é “executar operação de conversão à esquerda em local proibido pela sinalização”. Conforme o levantamento do Seterb feito a pedido do Santa, nos últimos nove meses foram flagrados 623 condutores cometendo essa infração. Desses, 403 foram entre as ruas General Osório e Frei Estanislau Schaette, onde é proibido virar à esquerda ou fazer o retorno.
Em uma hora no local, a reportagem flagrou 10 condutores que vinham da General sentido o trevo com a Rua dos Caçadores entrando na Rua Paranapanema, uma via transversal e sem saída. No local, não apenas essa conversão é proibida, como fazer o retorno também. Outros motoristas também usam as ruas Thiago Piazza e Maria Bugmann para cometer a infração – levando em conta que esse ponto está a cerca de 400 metros de uma rotatória.
– O próprio motorista fabrica o caos do qual ele reclama. O tempo inteiro as pessoas reclamam dizendo que o trânsito de Blumenau está um inferno, está caótico, que o outro motorista não respeita. Será que aquele que reclama está fazendo a parte dele? Será que o problema é sempre do outro? Esses números revelam a falta de entendimento de que o trânsito é um espaço compartilhado – afirma a especialista em trânsito Márcia Pontes.
A segunda multa mais aplicada por câmeras de monitoramento é “transitar com o veículo em marcas de canalização” – foram 184 no total. Essa sinalização, presente no asfalto e normalmente pintada em branco, orienta o tráfego correto de uma via e direciona os locais que são regulamentados para a circulação de veículos. Transitar em local ou horário não permitido (que envolve caminhões), fazer retorno em locais proibidos, e fazer a conversão à direita em ponto proibido completam o top 5.
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– O que chama a atenção é a falta do senso de coletividade no trânsito. É fácil ver que o motorista faz coisas que logo fará, também, na vida real: ele não vai respeitar a vez do outro, ele vai cometer pequenas corrupções. O cara vai lá, pinta a cara de amarelo, e reclama da corrupção, mas quando está atrás de um volante ele se transforma.

Locais que mais registraram infrações
O levantamento das multas ainda aponta os locais que mais registraram ações incorretas de condutores. O trecho da General Osório com a Frei Estanislau Schaette lidera (de longe), com 560, seguida pela Rua Sete de Setembro com a Alameda Rio Branco, 275. São Paulo com Antônio da Veiga (227), República Argentina com Avenida Brasil (117) e República Argentina com a Ponte dos Arcos (115) são as cinco principais.
As mais curiosas
Duas multas foram aplicadas somente uma vez de março até o fim de janeiro desse ano. São, também, as mais curiosas: executar operação de retorno passando por cima de canteiro divisor de pista e transitar com o veículo lançando a carga que esteja transportando na via.
Multas mais aplicadas por videomonitoramento
Executar operação de conversão à esquerda em local proibido pela sinalização (623)
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Transitar com o veiculo em marcas de canalização (184)
Transitar em local/horário não permitido pela regulamentação – caminhão (135)
Executar operação de retorno em locais proibidos pela sinalização (127)
Executar operação de conversão à direita em locais proibidos pela sinalização (114)
Parar na área de cruzamento das vias (81)
Estacionar no passeio (61)
Estacionar em desacordo com a regulamentação especificada pela sinalização (46)
Parar sobre faixa destinada a pedestres (44)
Estacionar em local/horário de estacionamento e parada proibidos pela sinalização (42)
Ruas com mais flagras
Rua Gal. Osório com Frei Estanislau – 560 multas
Rua 7 de Setembro com Alameda Rio Branco – 275 multas
Rua São Paulo com Antonio da Veiga – 227 multas
Rua República Argentina com Avenida Brasil – 117 multas
Rua República Argentina com Ponte dos Arcos – 115 multas