Em reportagem especial na noite de domingo, o Estúdio SC denunciou as infrações de trânsito cometidas em carros alugados pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina. São 55 automóveis, de alto padrão, disponibilizados para os 40 deputados e seus assessores em um contrato anual no valor de quase R$ 2 milhões. Só no ano passado, foram registradas centenas de multas nesses veículos, somando um custo de R$ 25 mil.
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Segundo a Presidência da Instituição, as multas são de responsabilidade de cada parlamentar. O valor é descontado no mês seguinte à notificação, no contracheque do deputado. Fica a critério dele repassar a dívida ao servidor que dirigia o automóvel no momento da infração, ou não. No entanto, para o presidente do Movimento Nacional de Educação no Trânsito, Roberto de Sá, o prejuízo é da sociedade.
– O que importa é que esse tipo de comportamento não deveria existir, principalmente, entre membros do Poder Legislativo. Eles tem obrigação de dar exemplo, bons exemplos, porque muitos maus exemplos nós temos por aí – disse.
Alguns parlamentares chegam a acumular mais de 20 autuações num período de seis meses, de acordo com a reportagem. Entre as mais frequentes estão o uso do celular, o desrespeito de sinais vermelhos e o não uso do cinto de segurança. Um dos carros, a serviço de um deputado, foi multado por estacionar em vaga exclusiva pra deficientes físicos.
– Não tem perdão. Não é possível. O Brasil neste aspecto evoluiu muito. Você vê como a gente cresceu e amadureceu nessa questão de respeito ao pedestre. Então como é que um carro que serve a um parlamentar, um servidor público, não vai dar esse exemplo? – afirmo o presidente da Alesc, Joares Ponticelli, sobre o caso.
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