As mulheres, especialmente as jovens, são mais propensas que os homens a sofrerem um infarto sem apresentarem os sintomas de dor no peito ou mal-estar. As mulheres também apresentam uma maior probabilidade de morrer por insuficiência cardíaca que os homens da mesma idade. É o que indica estudo realizado na Watson Clinic, em Lakeland, na Flórida, e publicado na revista da Associação Médica Americana.

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Segundo os autores, as mulheres abaixo de 55 anos parecem apresentar sintomas atípicos em caso de ataque cardíaco. É possível que nem saibam que estão sofrendo um infarto, afirma John Canto, que participou do estudo. Na pesquisa, 42% das mulheres menores de 55 anos disseram não ter sentido dores no peito; enquanto que nos pacientes homens este índice foi 30%. Aproximadamente, 14% das mulheres morreram; e 10% dos homens.

Canto destacou que os resultados são preliminares. Mesmo assim, ele contesta a noção de que mal-estar e dor no peito são sintomas comuns a todos os pacientes no caso de ataques cardíacos. E os pacientes sem dor costumam buscar ajuda mais tarde, são tratados menos agressivamente e têm uma taxa de mortalidade quase o dobro dos indivíduos que manifestam os sintomas típicos de infarto.

– Se nossos resultados estiverem certos, é preciso considerar que mulheres com menos de 55 anos podem ter outros tipos de queixas, como dificuldade de respirar ou dor em áreas como queixo, colo, braços, costas e estômago – afirma Canto.

A sua equipe analisou antecedentes médicos numa base de dados nacional de pacientes que sofreram ataques cardíacos entre 1994 e 2006, incluindo 1,1 milhão de pessoas tratadas em dois mil hospitais. As mulheres menores de 45 anos tinham 30% mais chances que os homens de seu mesmo grupo etário de sofrerem um ataque sem apresentar dor no peito.

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A diferença desaparece depois dos 75 anos. Um padrão similar foi visto no risco de morte por ataque cardíaco. Uma parte desta diferença pode ser atribuída à falta de ação de pacientes e médicos em casos de sintomas atípicos, diz Patrick O”Malley, da Uniformed Services na Universidade de Ciência da Saúde, em Bethesda, Maryland.

– Geralmente não pensamos na hipótese de infarto em mulheres jovens, se não apresentam queixa de dor no peito e, portanto, não somos tão agressivos no socorro. Isto atrasa o tratamento – afirma.