Duas mulheres foram agredidas por policiais militares durante uma ocorrência em uma empresa nesta segunda-feira (7), no bairro São Paulo, em Lages, na Serra catarinense. Uma mulher de 60 anos chegou a ser derrubada no chão e a filha dela foi puxada pelos braços quando tentava proteger a mãe.

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Botão do pânico leva à prisão homem que invadiu a casa da ex-mulher em Indaial

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O caso ocorreu quando uma equipe da PM foi até a empresa da qual a família é proprietária para cumprir um mandado de prisão contra um funcionário da companhia, por não pagamento de pensão alimentícia.

A empresária Isabel Marcolin, 60 anos, conta que o marido, Celso, pediu para que os policiais aguardassem a chegada do advogado do funcionário e mostrassem o mandado de prisão quando as agressões começaram. Segundo ela, os policiais bateram a cabeça do marido na porta da viatura. Foi neste momento que ela saiu do escritório e pediu para que o policial parasse com a agressão.

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– Eu cheguei ali e comecei a gritar: para, para, para! Porque estava machucando, ele é idoso, tem 63 anos. E não tinha nada para estar ali prendendo meu marido, não tem um mandado de prisão, nem contra ele, nem contra mim, nem minha filha. Que fique bem claro, o mandado de prisão era contra meu motorista – reforça a empresária.

Ela afirma ainda que o policial teria disparado spray de pimenta no rosto do marido e também dentro da viatura onde ele foi colocado, com todas as janelas fechadas.

– Meu marido começou a ficar com falta de ar. Ele deixou mais de 15 minutos meu marido no sol, trancado. Tanto que meu marido desmaiou dentro da viatura. Ele [o policial] só tirou quando chegou meu advogado – conta Isabel.

Quando viram que o empresário estava sendo agredido, mãe e filha deixaram o escritório da empresa e foram tentar ajudá-lo. Mas neste momento elas também sofreram agressões.

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Isabel chegou a ser derrubada no chão durante a abordagem, machucando o braço e os pés. Um vídeo que vem sendo divulgado nas redes sociais mostra o momento em que ela vai ao chão. Ao tentar retirar a mãe do local e protegê-la de agressões, a filha dela é puxada pelo braço pelo policial, conforme mostra o vídeo. Mesmo depois disso, a empresária conta que ela e a filha ainda teriam sofrido empurrões e ameaças.

– Ele começava a dizer assim para a gente: “eu vou chamar mais uma viatura, vou botar vocês duas no camburão e vou prender as duas”. Eu não tenho mandado de prisão, eu não estava fazendo nada, eu estava na frente da minha casa pedindo para soltar meu marido, só isso – conta.

No dia seguinte às agressões, a empresária diz se sentir humilhada e desapontada com a postura da polícia na abordagem.

– É tudo aquilo que vocês estão vendo nas filmagens. No Dia Internacional da Mulher, a polícia fazer isso? Eu sei que não são todos os policiais que são assim. Porque eu já precisei da polícia, fomos reféns de bandidos em um assalto, e o PPT atendeu a gente muito bem. Mas eu tinha outro pensamento da polícia, de que a polícia era para proteger – questiona.

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O funcionário que tinha mandado de prisão foi detido e está à disposição da Justiça.

Assista ao vídeo

PM diz que inquérito vai apurar “eventual excesso”

A Polícia Militar de Santa Catarina divulgou duas notas sobre o caso. Em uma delas, o 6º Batalhão afirma que o atendimento ocorreu para apoio ao Poder Judiciário em cumprimento de mandado de prisão. Sobre as agressões relatadas pelas mulheres, a nota argumenta que “durante o atendimento houve certa resistência ao cumprimento do ato legal, sendo necessário o uso progressivo de força para efetivação da prisão”.

O texto afirma ainda que “eventual excesso neste atendimento” está sendo apurado por um inquérito policial militar. No segundo comunicado, a PM afirma que toda a ocorrência foi gravada pela câmera individual policial e que as imagens foram anexadas ao inquérito que apura o caso. A PM não divulgou os nomes dos policiais envolvidos na ocorrência.

* Com informações de Allan Borges, da NSC TV

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