As mulheres que atuam no mercado de trabalho em Santa Catarina recebem cerca de 24% a menos do que os homens. O rendimento delas é, em média, de R$ 2.633. Já dos homens, é R$ 3.453. Essa desigualdade salarial está acima da média nacional, calculada em 21% de perda de remuneração para o gênero feminino. Os dados são de um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base em informações coletadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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De acordo com o estudo, o Estado possui a melhor média salarial para os trabalhadores entre as unidades federativas da região Sul, tanto para mulheres quanto homens. No entanto, a disparidade entre os pagamentos é igual ao do Rio Grande do Sul e quatro pontos percentuais menor do que do Paraná.

Do 1,7 milhão de mulheres que estavam atuando no mercado catarinense no terceiro trimestre de 2022, 19,2% recebiam até um salário mínimo. A maioria das trabalhadoras — coms baixos salários e cargos mais vulneráveis — era mulheres racializadas, sendo pagos a 23,7% das trabalhadoras negras e 18,1% para as não negras.

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“A desigualdade de gênero e raça/cor no mercado de trabalho afeta intensamente a qualidade de vida de todos os membros das famílias e impõe, muitas vezes, a necessidade da inserção precária de filhos e outros parentes, para compor a renda familiar”, esclarece o relatório do Dieese.

A taxa de desocupação entre a força de trabalho feminina no Estado foi de 4,7%, com 85 mil mulheres desempregadas no período da coleta de dados. Já 1,2 milhão estava fora da força de trabalho, sem interesse ou disponibilidade para atuar em uma vaga de emprego.

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Santa Catarina registrou os melhores indicadores do Sul do país com relação à informalidade e contribuição para previdência social. No terceiro trimestre do ano passado, 28,1% das mulheres atuavam em vagas informais de serviço, a menor proporção regional, e 81,9% repassavam parte dos rendimentos à previdência, a maior porcentagem.

Chefes de famílias no Brasil

As mulheres chefiam a maioria dos domicílios no Brasil, segundo a pesquisa do terceiro trimestre de 2022. Dos 75 milhões lares brasileiros, 50,8% tinham liderança feminina, correspondente a 38,1 milhões de formações familiares. As mulheres negras lideravam 21,5 milhões de lares (56,5%) e as não negras, 16,6 milhões (43,5%). As famílias com chefia masculina somaram 36,9 milhões.

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“As organizações familiares dentro de um domicílio se modificaram ao longo do tempo. A composição considerada “tradicional”, de chefe, cônjuge e filhos, teve a importância relativa reduzida, enquanto, por outro lado, cresceu o número de arranjos de casais sem filhos, núcleos unipessoais e famílias monoparentais com filhos ou parentes”, conclui o levantamento.

Entre as chefes femininas, 34,2% possuíam filhos, 29% eram líderes de famílias monoparentais com filhos, 14,6% de casais sem filhos e 14,6% de famílias unipessoais.

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