Mulheres obesas têm uma chance 40% maior de desenvolver câncer ao longo da vida, na comparação com as mulheres com peso considerado saudável. A conclusão é de um estudo divulgado na última terça-feira pelo Cancer Research UK, centro público de pesquisas da Grã-Bretanha. De acordo com a organização, a obesidade em mulheres aumenta o risco de surgimento de pelo menos sete tipos de câncer: tumores de mama, de intestino, da vesícula biliar, do útero, do rim, do pâncreas e do esôfago.

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As novas estatísticas indicam, ainda, que as mulheres obesas têm uma chance em quatro de desenvolver tumores ligados ao sobrepeso. Em um grupo de mil obesas, 274 foram diagnosticadas alguma vez na vida com um câncer ligado ao sobrepeso. Em um grupo de mil mulheres com peso considerado saudável, o número de integrantes que desenvolveram algum câncer foi 194.

De acordo com os autores do estudo, os resultados não deixam dúvidas sobre a relação entre câncer e obesidade em mulheres. Eles advertem, no entanto, que as estatísticas valem para a Grã-Bretanha – onde foi conduzida a pesquisa – e não podem ser extrapoladas para outros países. Na Grã-Bretanha, um quarto das mulheres é obesa.

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No Brasil, de acordo com um levantamento feito pelo Ministério da Saúde em 2014, 47,4% das mulheres estão acima do peso considerado saudável. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), uma parte importante dos casos de câncer poderia ser evitada no Brasil com o controle da obesidade, que é responsável por 14% dos casos de câncer de mama.

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Estrogênio também é vilão

Uma das autoras do estudo britânico, a médica Julie Sharp, afirmou que há diferentes maneiras pelas quais a obesidade pode aumentar o risco de câncer – e há possibilidade de que a doença esteja ligada à produção de hormônios, em especial o estrogênio, pelas células de gordura. Acredita-se que esse hormônio funcione como “combustível” para o desenvolvimento dos tumores. “As células de gordura são ativas e aumentam os níveis de certos hormônios e compostos químicos – especialmente os hormônios sexuais – que circulam no nosso corpo. Isso pode levar ao desenvolvimento de tumores como o câncer de mama”, disse Sharp.

Segundo a cientista, a parte do corpo onde se tem o excesso de peso é também um fator relevante. “A gordura em torno do estômago parece aumentar os riscos de câncer mais que o peso nos quadris, por exemplo. Isso pode estar ligado à proximidade das células de gordura ativas em relação a órgãos como os rins e intestinos”, afirmou.

*Estadão Conteúdo