Para doar amor e um pouco de si mesmas, não importa se houver pela frente o mais longo dos processos de adoção ou a tecnologia da inseminação artificial para dar uma ajudinha. O que elas querem é ser mães. Raquel, Natália e Sanira ensinam a lição da perseverança e da para outras mulheres que por algum motivo ainda não conseguiram cruzar o caminho da maternidade.

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Conheça a história dessas três mulheres que há anos tentam ser mães, já venceram grandes obstáculos nessa busca e, sobretudo, passam longe de desistir.

O melhor domingo de todos

Às 14h45min do dia 27 de março a vida de Sanira Cristina Dias passou por uma mudança definitiva. Após enfrentar por quatro anos diversos tratamentos médicos e quando quase todas as alternativas para ser mãe já lhe pareciam esgotadas, ela dava à luz Heitor Dias de Oliveira, no Hospital Santa Catarina, em Blumenau. Agora, amamentado o filho na sala de casa, em Gaspar, Sanira sabe melhor do que ninguém que o domingo dedicado às mães será especial:

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– A emoção vai ser grande. Dessa vez, com o filho aqui com a gente. O presente maior com certeza já veio.

Por causa de uma endometriose, o seu sonho de ser mãe foi algumas vezes posto à prova. Quando completou 34 anos, Sanira e o marido decidiram que era hora de ter o primeiro filho. Ela sabia que o problema, que acomete entre 7 milhões e 10 milhões de brasileiras, traria dificuldades. E, de fato, após um ano de tentativas, o resultado mantinha-se negativo. O casal partiu então para tratamentos médicos e homeopáticos, mas sem nenhum sucesso. Até que no ano passado, aos 37 anos, Sanira chamou o marido para uma conversa e disse que daquele ano não passaria: ou ficava grávida ou partia para adoção.

Na metade do ano ela começou o tratamento para a fertilização in vitro. No dia 29 de julho, contrariando as expectativas, veio a confirmação da gravidez:

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– O resultado não depende só de nós. Tive de ficar 12 dias de repouso absoluto e sempre com alguém me ajudando. Também não podia ter ansiedade para não atrapalhar o processo.

A rotina da família agora é outra, com poucas horas de sono e o tempo todo dedicado a Heitor.

Desejo do fundo da alma

A relações-públicas Natália Simões Pires, 30 anos, enxerga a adoção “como um ato de amor incalculável”. O contato da família da moradora de Itajaí com projetos sociais e o vínculo forte que ela percebe na relação entre parentes e filhos do coração sempre lhe causou admiração.

– Vejo um amor diferente, até mais forte nessas relações.

Casada há seis anos, Natália chegou a fazer uma fertilização em vitro em 2013, mas não houve sucesso no procedimento.

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– Gastamos tanto dinheiro no início do casamento com a inseminação que começamos a pensar: tem tanta criança por aí precisando de carinho, por que não adotar? – relembra.

O casal começou o processo em junho de 2013. Em março deste ano recebeu a carta com a homologação do juiz formalizando a entrada na fila.

Natália admite que não é fácil lidar com a ansiedade.

– É uma espera pedagógica, que te ensina e prepara até mais do que uma gravidez. O filho adotivo é desejado do fundo da alma – diz.

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Como ainda não sabem se vai ser menino ou menina nem quando a criança vai chegar, não é possível montar o enxoval, mas já há um grupo de amigos a postos para fazer um chá de bebê.

O sonho de passear na praia

A descoberta da deficiência de uma vitamina que ajuda na anticoagulação do sangue foi o start para a moradora de Balneário Camboriú Raquel Bellegante Zucatelli, 38 anos, decidir pela adoção para não desistir do sonho de ser mãe.

Casada há 11 anos, há oito a auxiliar administrativa começou a tentar engravidar. Depois de dois abortos espontâneos, ela já não sabia mais o que fazer:

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– Liguei para a minha mãe e contei que tinha perdido o bebê, ela então disse “vai lá e adota uma criança” – lembra.

Raquel conta que sempre quis adotar. Quando ela e o marido namoravam já faziam planos de ter um filho biológico e um segundo de coração.

Depois de registrar o pedido, há um ano, Raquel foi até o Instituto Sentir, em Balneário Camboriú, e começou a frequentar o grupo Anjos da Vida. O casal fez seis meses de curso para se preparar para a adoção.

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– Quando você está grávida, você tem nove meses para se preparar. No nosso caso, podemos receber a criança a qualquer momento, por isso precisamos ir gerando o amor pelo filho que está por vir.

Ansiosa, ela diz que não vê a hora de ser oficialmente mãe e que sonha com o momento do primeiro passeio na praia da criança ao seu lado.