Sete a cada 10 mortes por dengue em Santa Catarina é de idosos, conforme boletim mais recente da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), com dados do começo do ano até o último dia 29. Das 53 vítimas confirmadas no período, 39 foram de pessoas com 60 anos ou mais. Além disso, as mulheres são a maioria dos pacientes que morreram por complicações da doença. Outros sete óbitos suspeitos ainda estão sob investigação.

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Neste ano, o número de idosos que morreu em decorrência da dengue é três vezes maior do que a quantidade de adultos vítimas da doença. Cerca de 73,5% dos óbitos são de pessoas da terceira idade, enquanto 24,5% dos casos são de pessoas de 18 a 59 anos.

— É um dado muito semelhante ao ano passado. O número de mortes é maior entre idosos principalmente porque é um público que já tem outras doenças de base, tem comorbidades. Então, isso contribui para o agravamento do quadro e pode até gerar um manejo clínico mais complexo — explica João Fuck, diretor da Dive.

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Segundo o diretor, condições como diabetes e hipertensão — que são comuns entre os mais velhos — também exigem cuidados quando o paciente apresenta sintomas mais graves de infecção. Dependendo das doenças pré-existentes, a pessoa pode sofrer uma descompensação com o tratamento, quando organismo perde a capacidade de restabelecer o equilíbrio físico. Nos casos mais graves da dengue, a própria doença pode gerar uma descompensação.

Por isso, os idosos compõem o grupo de risco da dengue, junto das crianças com até dois anos, gestantes e pessoas com comorbidades. A orientação de buscar atenção médica aos primeiros sintomas da infecção vale para toda a população, mas é reforçada para quem tem mais chance de desenvolver formas graves da doença.

— É uma infecção que pode levar à morte. Procurar o sistema de saúde é importante para mudar o curso da doença — avisa Fuck.

Neste ano, apenas uma criança morreu por conta da dengue, contabilizando 2% dos casos. Trata-se de uma menina de 10 anos, moradora de Barra Velha. Os dados fornecidos pela Dive não distinguem se as outras vítimas eram parte de outros grupos de risco, como gestante ou paciente com comorbidade.

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Além dos 53 confirmados, outros sete óbitos seguem em investigação pelas autoridades de saúde do Estado. Três são de pacientes adultos e quatro de idosos.

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Mulheres são maioria entre vítimas

As pacientes mulheres representam 55% dos casos em que os doentes não resistiram às complicações da doença e vieram a óbito. Foram 29 mortes de pessoas do gênero feminino, contra 24 do gênero masculino. Os homens somam 45% das mortes.

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Do total, 10 mulheres adultas, 18 idosas e uma menina perderam a vida por conta da dengue. Entre os homens, foram 21 idosos e três adultos. Apesar da diferença e a maioria feminina, o fator de gênero não tem relação com os óbitos, ainda segundo o diretor da Dive.

— O gênero por si só não é um fator de risco para agravamento do quadro da doença — afirma Fuck.

Joinville atinge 22 mortes por dengue em 2023 e supera número de óbitos de todo ano passado

Óbitos pelas regiões de SC

A região de Santa Catarina com maior número de óbitos por dengue em 2023 é o Norte, somando o Planalto e o Litoral Norte. Ao todo, foram 30 mortes já confirmadas em sete municípios. Joinville é a cidade que registrou a maior quantidade: 17 óbitos.

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A Grande Florianópolis somou 20 mortes ao longo dos cinco primeiros meses do ano. Nove aconteceram em Florianópolis e oito em Palhoça. Santo Amaro da Imperatriz contabilizou uma morte e São José, duas.

Já o Oeste teve três mortes, sendo uma por município. As vítimas foram idosos de Concórdia, Coronel Freiras e União do Oeste.

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