Os dez dias seguintes ao nascimento são complicados tanto para a mãe como para o recém-nascido. As dores decorrentes do parto, seja ele normal ou cesariana, afetam a mulher que pode ainda sentir fraqueza física e emocional. Os problemas de ordem psicológica podem vir de muitos aspectos: do desconforto com a forma do corpo à dúvida em relação à capacidade de cuidar de um filho por conta própria.
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O período de pós-parto, conhecido também como puertério ou resguardo, estende-se de seis a oito semanas e só termina com o retorno da menstruação. Dos meses finais da gestação até os dias que sucedem o nascimento, o corpo da mulher passa por muitas mudanças em um curto espaço de tempo. Os seios inchados, na preparação do corpo para a amamentação, e algumas lesões – como, por exemplo, a do corte no períneo – podem causar dores.
O útero, órgão que sofre maior transformação durante toda gestação, é o primeiro a se modificar depois do nascimento. Para ajudar a segurar a hemorragia e retornar ao seu tamanho original, ele contrai e fica mais rígido, o que, apesar de parecer estranho, é um processo normal. O intestino pode acumular gases e ficar mais lento ou preso em razão do corte da epistomia, hemorróidas e relaxamento dos músculos abdominais e perineal.
Por até 20 ou 30 dias pode haver ainda corrimentos vaginais, também chamados de lóquios, que se assemelham à menstruação. De cor vermelha e escura inicialmente, a tendência é que fique acastanhado ou transparente. Nas mulheres que optaram pela cesariana, o corrimento deve ser menor. Nos dois casos, se o lóquio não cessar em um mês ou apresentar mau cheiro, coágulos ou secreções estranhas, a mulher deve ir ao médico para checar se não há infecção.
A saída do hospital – que normalmente ocorre entre 24 e 36 horas após o parto normal e de três a quatro dias no caso das cesárias – aumenta a incerteza feminina sobre o sucesso na atuação como mãe, que sem o suporte médico em período integral, não sabem se darão conta do recado. Essa ansiedade é comum em quase todas as mães de primeira viagem, mas se vier acompanhada de crises de choro, tristeza extrema, sensação de incapacidade, pode ser sinal de depressão pós-parto, transtorno psicológico frequente no período de resguardo.
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Apesar da felicidade com a chegada do filho, a mulher pode apresentar medos e inseguranças relacionadas tanto à perda da sensulidade – em razão das mudanças no corpo -, sem contar que terá de se privar de muitas vontades para cumprir as responsabilidades de mãe. Nesse caso, é recomendável acompanhamento psicológico.