Foram identificadas como Lusimar Laus, 61 anos, e Liliane da Silva, 49 anos, as vítimas encontradas mortas aos fundos de um terreno em Balneário Barra do Sul no último sábado (20). Com a identificação por parte da Polícia Científica de Joinville, confirma-se a tese inicial da Polícia Civil, de que as mulheres tratam-se das que estavam desaparecidas desde o fim de março. Os cadáveres foram esquartejados e estavam dentro de uma cova junto de um cachorro.
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Cemitério clandestino com corpos esquartejados e cachorro decapitado é encontrado em SC
De acordo com publicação de familiares nas redes sociais, Lusimar e Liliane foram vistas pela última vez no dia 20 de março, entrando em um carro preto. No entanto, o boletim de ocorrência sobre o desaparecimento das mulheres só foi registrado cerca de dois meses depois, em 16 de maio.
Os policiais chegaram aos corpos após uma denúncia e o morador do imóvel foi preso. No momento em que foi detido, inclusive, ele mostrava o terreno para possíveis compradores, já que o local estava à venda na OLX pelo valor de R$ 65 mil.
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Conforme vizinhos, a proprietária da casa é a mãe do preso, mas é ele quem morava no local há cerca de seis meses. Ele pode responder por homicídio e ocultação de cadáver.
Vítimas conheciam autor do crime, acredita polícia
Segundo o que foi apurado até o momento pela Polícia Civil, as vítimas e o suspeito dos assassinatos não têm grau de parentesco e nem “amizade íntima”, mas tudo indica de que elas o conheciam, já que teriam ido ao endereço por conta própria.
De acordo com a delegada Tânia Harada, da Divisão de Investigação Criminal (DIC), há a suspeita de que, antes de terem sido mortas, elas teriam sido dopadas com medicamentos e bebida alcoólica, o que explica o fato de a vizinhança não ter escutado barulho relacionado ao crime.
Durante a perícia no local, foram encontrados objetos cortantes sujos de sangue e aparelhos telefônicos, que serão analisados pela Polícia Científica de Joinville. Durante o depoimento, no entanto, o morador da casa negou o fato.
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— Uma característica que chamou bastante a atenção é que ele permaneceu calmo, disse que não tinha nada a ver com isso e nem sabia como os corpos teriam parado lá [aos fundos do terreno] — conta a investigadora.
“Lugar bom pra quem quer descansar, perto de delegacia”
O terreno em que os dois corpos foram encontrados está à venda na OLX. A publicação foi feita no site no dia 8 de maio, 12 dias antes de os cadáveres serem localizados e, na descrição, o autor do anúncio diz que está vendendo “barato” e que aceita “carro como parte do pagamento ou moto”.
As vítimas foram esquartejadas e enterradas aos fundos de uma casa à venda, em uma cova cavada dentro de um segundo imóvel ainda em construção. Ao lado dos cadáveres ainda tinha um cachorro de pequeno porte que, segundo a Polícia Civil, estava com o pescoço quebrado e pertencia a uma das mulheres.
No classificado, o dono ainda cita que o lugar fica a 10 minutos a pé do Centro da cidade do Norte catarinense, perto de farmácia e que pertence à família há mais de 30 anos. Além disso, afirma que o motivo da venda seria porque os familiares estão de saída do país.
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“Lugar bom pra quem quer descansar, perto de delegacia […]. Vizinhos permanentes, não tem perigo de roubo… Motivo da venda estamos indo embora do Brasil”, destaca o anúncio.
Esta publicação da venda, inclusive, fundamentou o pedido de prisão preventiva do morador e de busca e apreensão no local.
O que se sabe sobre o caso
Os cadáveres foram encontrados após a denúncia de uma testemunha. Segundo Francislaine Rosa Chagas Francisco Nerling, agente da Polícia Civil que acompanha o caso, partes dos corpos esquartejados estavam em decomposição e outras preservadas.
Por isso, ainda não é possível também saber há quanto tempo estavam no cemitério clandestino.

— Segundo informações que constam na delegacia, essas mulheres já estão desaparecidas há mais de um mês, mas o boletim de ocorrência só foi registrado há pouco mais de uma semana, porque os familiares tiveram informações do desaparecimento somente naquela semana — destaca a agente policial.
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O local do crime já foi periciado no sábado, mas a polícia ainda deve ouvir testemunhas durante esta semana e analisar os objetos encontrados na casa para identificar a motivação do crime. Tanto as vítimas quanto o suspeito do crime não possuem antecedentes criminais em Santa Catarina. Mas, segundo a delegada Tânia Harada, o homem, de 42 anos, é natural do Paraná e tem passagens policiais naquele Estado por “crimes de menor potencial”, como ameaça, injúria e lesão corporal.
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