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(Foto: NSC Total)

Quando falamos sobre a importância de gerar avanços reais na direção da igualdade de gênero, estamos buscando um mundo melhor para todos: certamente para mulheres e crianças, mas também para homens, idosos, pessoas LGBT+ e estrangeiros. Afinal, a equidade favorece a liberdade das famílias de escolher os papéis de cada indivíduo, valoriza o cuidado com outras pessoas e o meio ambiente e amplia o investimento financeiro em saúde, educação e bem-estar.

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No Festival Global de Inovação Social, realizado em abril pelo Impact Hub e apoiado pelo Sebrae, fizemos questão de trazer para o palco muitas mulheres. Em alguns temas, como finanças, precisamos ir além dos primeiros nomes que vieram à mente. O esforço extra valeu a pena: ele proporcionou conteúdo de alta qualidade e compartilhamento do lugar de evidência.

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Logo no início, tivemos um momento marcante neste sentido. A youtuber Jout Jout, destaque importante da programação, fez questão de chamar três mulheres negras para o palco. Ela estava falando sobre privilégios e usou o seu lugar de privilégio para dar voz a movimentos potentes de pessoas menos famosas, mas não menos incríveis: Luana do Instituto Identidades do Brasil, Vitorí do Movimento Expressionismo Preto e Talita do Impact Hub.

Nesta mesma direção, Marina Silva reforçou a importância de um estilo de liderança mais inclusivo e resiliente, comum entre as mulheres. Para ela, os problemas complexos que precisamos enfrentar necessitam de líderes que conseguem suportar três dificuldades importantes: o desapontamento, o adiamento do prazer e o peso da responsabilidade. Ela também destacou a necessidade de compartilhar não só a visão de futuro, mas também a realização e o reconhecimento. O futuro precisa ser coletivo e as mulheres têm um dom especial para o cuidado. Por conta do favorecimento das relações, a própria Marina desistiu de vir e enviou sua mensagem por vídeo para poder estar presente no nascimento do seu neto.

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A trajetória de igualdade passa pelo empoderamento das mulheres e enfrentamento de questões básicas importantes. Neste sentido, o Banco da Família de Lages contou como a instituição de microcrédito começou como o Banco da Mulher. Em 20 anos, eles emprestaram mais de R$ 700 milhões em quase 300 mil operações e acumulam histórias de transformação emocionantes. De um jeito diferente, a Natura também compartilhou seu compromisso com os direitos das mulheres, por meio de histórias de consultoras. Em 2013 a empresa desenvolveu o Índice de Desenvolvimento Humano da Consultora. Desde então mede a situação das mais de 1,5 milhão de consultoras da marca. A partir do diagnóstico, foram realizadas ações para facilitar o acesso à educação, saúde e combate à violência contra a mulher.

Esses movimentos são grandiosos, mas todos nós podemos contribuir dentro da nossa zona de influência. Um forma é por meio de doações recorrentes de qualquer valor para o Fundo de Impacto e Justiça Social gerido pelo Icom, que foca em equidade de gênero entre as mulheres e meninas que mais precisam. Empresas pequenas e médias como a Semente Negócios, Instituto Now, Involves, Mutama e Brognoli participam, assim como indivíduos. Outra forma é nas nossas relações diretas: sempre podemos incentivar meninas a seguir os seus talentos – seja como professora, empresária ou engenheira, dividir melhor as tarefas domésticas e familiares em casa e compartilhar nosso lugar de destaque, qualquer que ele seja, com outras mulheres.

*Gabriela Werner é CEO da Impact Hub Floripa.