Mulheres brasileiras foram consideradas as mais empreendedoras do mundo em 2011, segundo levantamento elaborado pelo instituto Grant Thornton International. De acordo com o estudo, as brasileiras estão na primeira posição, com 12% das mulheres ocupando posto de sócias do negócio, contra apenas 4% da média global.
Continua depois da publicidade
– As mulheres nos principais centros urbanos, especialmente a partir dos 30 anos, têm se tornado empreendedoras, outras decidem ficar em casa com as crianças e vão para a economia informal, as mais jovens deixam seus empregos para se tornarem mães, e isso acaba dificultando o retorno delas ao mercado de trabalho – afirma Madeleine Blankenstein, diretora do International Business Center (IBC) da Grant Thornton Brasil.
Luta por espaço
Apesar do dado positivo, a participação do sexo feminino em cargos de liderança nas empresas registrou uma queda global em 2011, segundo a mesma pesquisa. As mulheres ocupam, hoje, 20% das posições de liderança no mundo, enquanto em 2009 esse percentual era de 24%.
O estudo da Grant Thornton International também aponta que o índice de empresas privadas que não possuem nenhuma mulher em funções de comando aumentou para 38%. No Brasil, em empresas que possuem 10 pessoas em posições de liderança, apenas duas são mulheres.
Continua depois da publicidade
Em 2007, o Brasil ocupava a 2ª posição no ranking global, com 42% das mulheres em posição de liderança nas empresas. Em 2009, o país caiu para a 10ª posição, com 29%. E em 2011, a queda no ranking foi ainda maior, ocupando o 21ª lugar entre 39 países, com apenas 24%, pouco acima da media global de 20% de participação.
Globalmente, a Tailândia conquistou a melhor posição de mulheres em cargo de liderança (45%), seguida da Georgia (40%), Russia (36%), Hong Kong e Filipinas (ambos com 35%). Os países com a menor classificcação no ranking são a Índia, os Emirados Árabes e o Japão, com menos de 10% de mulheres em cargos de liderança.
– A participação das mulheres no mundo dos negócios é um tema importante no Brasil. Nós elegemos nossa primeira presidente, e em várias universidades as mulheres são a maioria. No entanto, não se pode negar que a sociedade brasileira ainda é patriarcal, e que as mulheres têm que fazer um grande esforço para alcançar posições de liderança. Infelizmente, parte da queda de 2007 para 2011 pode representar a falta de benefícios das empresas locais para as mães que trabalham; não existe creche em muitos locais de trabalho e poucas empresas oferecem horário flexível ou mesmo a opção de trabalhar em casa, como home-office – justifica a diretora do IBC.