– Embarcou toda bonitona, com um casaco de lã e três malas de roupa.
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Assim a vendedora Leonir Spiercort descreveu a mulher que acolheu em sua casa, a ex-moradora da rodoviária Neusa Luca. Na quarta, Neusa deixou a cidade. Não mandou notícias desde então. Leonir comprou a passagem de ônibus para Medianeira, cidade natal de Neusa, onde o Paraná se aproxima do Paraguai. E o recomeço da ex-moradora da rodoviária na casa da vendedora durou uma semana.
– Acho que ela não para muito num lugar só – diz Leonir, que se apegou a Neusa no curto período de convivência.
Em casa, a mulher se mostrou uma pessoa muito “calada”, “pensava muito antes de responder”. Leonir acredita que esse jeito mais “zen” prejudicou Neusa nos empregos que arrumou em Joinville.
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Mesmo sendo muito fechada, falava bastante das tias que moram em Medianeira. Demonstrou desejo de voltar para lá. Então, a vendedora comprou a passagem e lhe deu R$ 150.
– Espero que tenha ido mesmo pra Medianeira. Está como andarilha. Não para em lugar nenhum.
Leonir aconselhou a amiga. Avisou que a “idade está chegando”, que “isso não é vida”. Mas Neusa partiu, na companhia de sua gastrite e de uma tosse alérgica recém-diagnosticadas