Desolação é a palavra que definia na manhã desta quinta-feira o semblante do repositor de supermercado Iago Richard Thums dos Santos, 20 anos. Na beira do Rio Camboriú, ele aguardava alguma novidade sobre o seu irmão Artur Iuri Thums dos Santos, 12 anos, que caiu no local na tarde de segunda-feira próximo a ponte da Via Gastronômica, em Balneário Camboriú.

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Até o início da tarde desta quinta-feira, os bombeiros não obtiveram sucesso na busca que iniciou logo às 7h30min. A mãe de Iago e Artur, Marelise Terezinha Thums, 49 anos, morreu afogada tentando salvar o filho. Ela chegou a ser retirada da água com vida, mas não resistiu e faleceu no Hospital Municipal Ruth Cardoso.

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Segundo amigos de Iago, que acompanhavam o velório pela manhã, Marelise veio de Passo Fundo (RS) a cerca de um mês para morar com ele. Separada, trouxe outros dois filhos, Artur e uma menina de 11 anos, que estava junto na pescaria e presenciou todos os momentos da tragédia. Um filho mais velho, que mora no Rio Grande do Sul, estava a caminho de Balneário Camboriú para o velório.

Marelise era cozinheira no Estado vizinho e não trabalhava na nova cidade. Ela dividia o seu tempo entre casa e uma igreja evangélica, que frequentava no bairro Vila Real. Na tarde de quarta-feira saiu para passear com os filhos menores no entorno da ponte _ um local bastante frequentado pelos moradores do bairro _ quando aconteceu o acidente.

Mesmo sem saber nadar, a mãe não pensou duas vezes e entrou no rio para tentar ajudar Artur, que tinha escorregado de uma pedra e foi levado pela correnteza. O corpo de Marelise foi velado em Balneário Camboriú e sepultado às 14h30 no cemitério do Rio Pequeno, em Camboriú.

Iago não quis conversar com a reportagem do Sol Diário, mas amigos contaram que ele mora a dois anos na cidade. Conheceu Balneário Camboriú através de uma viagem e decidiu mudar-se para o litoral catarinense.

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Correnteza dificulta buscas dos bombeiros

A forte correnteza no Rio Camboriú tem dificultado o trabalho do Corpo de Bombeiros na busca por Artur. Sob os olhares de dezenas de populares, seis bombeiros estão trabalhando na região próxima a ponte, mas não encontraram indícios do menino.

Segundo o soldado Carlos, que auxiliava no resgate na manhã desta quinta, o local possui muitas pedras no fundo e a busca se concentrou em possíveis pontos onde o copo pudesse ficar preso.

Por se tratar de um local perigoso, apenas um bombeiro por vez está mergulhando, enquanto um jet ski circula pela rio. A temperatura fria da água também pode fazer com que o corpo fique mais tempo conservado e demore a aparecer na superfície, informou o soldado. As buscas hoje seguem até às 18 horas.