Após mobilizar inúmeras pessoas nas redes sociais e no condomínio onde mora, a mulher flagrada agredindo um filhote de cachorro da raça poodle deve ser ouvida pela Polícia Civil nesta terça-feira. A ocorrência está com a Delegacia de Polícia para Crianças e Adolescentes Vítimas de Delitos (DPCAV), que deve investigar tanto os maus-tratos contra as crianças quanto as agressões ao animal.

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– Ela está aqui porque é um fato reflexo. A ocorrência que nós temos dá conta de maus-tratos contra os filhos, como constrangimentos sofridos, por exemplo. O fato consequente são os maus-tratos contra os animais, que também é crime e constará nas investigações – afirma o delegado Andrei Luiz Vivan, da DPCAV.

Segundo o policial, o inquérito foi instaurado, o vídeo capturado como prova e uma cópia da ocorrência foi enviada ao Conselho Tutelar, além da intimação da suspeita, que não havia sido encontrada nos seus endereços até as 19h45min de segunda-feira. A investigação deve continuar com o delegado Leandro Lisardo, da mesma delegacia, que a coordenará.

– As agressões são parte de um mesmo contexto comportamental que iremos apurar – completa Vivan.

Agressões seriam constantes

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As agressões verbais e físicas seriam constantes, afirmam os vizinhos da família. De acordo com uma vizinha, que não quer se identificar, a mulher teria, por diversas vezes, ameçado queimar o garoto com a ponta do cigarro e sufocá-lo com o travesseiro, além de trancá-lo do lado de fora da sacada.

O clima é considerado tenso pelos condôminos. O marido da agressora estaria no apartamento e teria ameaçado os vizinhos. Segundo a moradora, apesar de terem sido registradas algumas ocorrências contra eles, nunca tinham conseguido provar as agressões.

– O condomínio está super-revoltado. Todos querem que eles se mudem. Mas estamos preocupados com a segurança das crianças. Esperamos que algo seja feito – afirma a moradora.

Mascote do condomínio

O animal foi doado pelo antigo dono ao subsíndico do condomínio, Bruno Campelo, que foi quem pegou o filhote pelas grades da sacada e levou o animal para o síndico, que possui uma clínica veterinária.

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A recuperação de Rossi, nome dado pelos condôminos ao filhote, parece estar evoluindo bem. Desde a repercussão do vídeo, o filhote virou mascote do condomínio. Entretanto, Campelo evita um pouco o assédio ao animal por entender que é necessário cumprir com o calendário de vacinas, até lá, Rossi não sai de casa.

– Sinceramente, não sei como uma pessoa é capaz de tamanha agressão. Minha filha, de uma ano e três meses, adora ele, que vai ser muito bem cuidado aqui em casa – diz o guardião.