Uma mulher teve parte do intestino retirado após um médico esquecer uma gaze dentro do corpo dela, durante a cesariana. O caso aconteceu em São José do Cedro, no Extremo Oeste de Santa Catarina. O Tribunal de Justiça do Estado condenou o médico, o hospital e a prefeitura a indenizarem a vítima em R$ 40 mil.

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Dias após o parto, a mulher começou a sentir fortes dores e buscou atendimento com o médico que tinha realizado a cesária. Ele teria informado que a paciente estava com uma infecçao e receitou medicamento. No entanto, as dores se intensificaram, e a vítima retornou ao hospital e foi submetida a uma cirurgia. O diagnóstico foi de que ela teria um tumor no intestino grosso.

A mulher foi então encaminhada para a cidade vizinha, e, em uma terceira cirurgia, os novos médicos viram que o “tumor” seria na verdade a gaze envolta no intestino grosso. Cerca de 40 centímetros do órgão tiveram que ser retirados – desses, 3,5 cm estavam necrosados.

Na defesa, o médico argumentou que a gaze poderia ter sido deixada dentro do corpo da mulher durante a primeira cesárea que ela foi submetida, dois anos e sete meses antes. Mas o laudo pericial utilizou exames de imagem feitos no pré-natal, que mostraram que ela não possuia o objeto anteriormente. 

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A decisão de condenação foi tomada na Vara Única de São José do Cedro, sob regência do juiz Lucas Antonio Mafra Fornerolli. A mulher será indenizada em R$ 30 mil por danos morais e R$ 10 mil por danos estéticos. O médico, hospital e prefeitura irão dividir o montante total para o pagamento. 

A decisão cabe recurso. 

Segunda gaze esquecida em menos de um mês

Em joinville, no Norte do Estado, um médico e o hospital foram condenados a pagar uma indenização de R$ 20 mil por esquecer uma gaze dentro de uma mulher durante a cesárea

De acordo com o Tribunal de Justiça, a mulher foi submetida a uma cesariana e, depois disso, começou a sofrer com fortes dores. Primeiramente, a mulher pensou estar com uma doença grave, mas, após fazer uma bateria de exames, foi encontrado “algo” dentro de seu corpo. Ela foi submetida a uma cirurgia para a retirada do “corpo estranho”.

Foi somente ao final do procedimento que foi identificado o causador do mal-estar, cinco meses após o parto: uma gaze cirúrgica, que foi deixada na região pélvica da mulher quando ela deu à luz.

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Em sua defesa, o hospital disse que não possuía gerência pela atividade individualmente prestada por seus profissionais colaboradores. Já o médico disse que o parto por cesariana foi feito sem qualquer intercorrência e a queixa da paciente ao procurar o pronto atendimento foi de dor epigástrica, não tendo, pois, qualquer relação com o achado radiológico.