Uma mulher de 72 anos morreu nesta quinta-feira no Hospital Florianópolis, no Bairro Estreito, na Capital, e a suspeita é que tenha sido em decorrência da Gripe A. Se for confirmada a suspeita, esta seria a quinta morte por gripe A no Estado e a primeira na Grande Florianópolis este ano.
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De acordo com informações repassadas pela instituição, a paciente chegou ao hospital já às 14h ao hospital, já em estado grave, com sintomas semelhantes ao da doença. Exames deverão confirmar a causa da morte nesta sexta-feira.
A importância da vacina ganhou ainda mais peso no Estado, depois de quatro mortes registradas pela gripe A. Além disso, foram 36 casos confirmados pela Diretoria da Vigilância Epidemiológica, contra cinco no ano passado, quando ninguém morreu. Já em 2010, foram duas mortes registradas por gripe A. No ano do surto, em 2009, 144 pessoas morreram em SC.
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Surto não deve se repetir
O surto de gripe A, que matou 144 pessoas no Estado, em 2009, não vai voltar a se repetir. A afirmação é do diretor da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) do Estado, Fábio Gaudenzi. Ele explica que há três anos, o vírus H1N1 era novo e toda a população era suscetível a ele.
De 2009 a 2010, a doença foi considerada uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os primeiros casos foram registrados no México e de acordo com dados da OMS, entre aqueles dois anos, o vírus H1N1 matou 18.449 pessoas em 214 países e territórios. Como os sintomas da gripe A são muito parecidos ao de uma gripe comum, também dificultou os diagnósticos. Febre acima de 39ºC, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e coriza são alguns dos quadros que o doente pode apresentar, devendo procurar o médico.
Para o diretor, após o registro da primeira morte, neste ano, em SC, equipes médicas ficaram mais alertas.
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– Isso fez com que exames para dar o diagnóstico fossem pedidos. Provavelmente, houve alguma morte no ano passado por gripe A, mas equipes não estavam atentas e não notificaram. Neste ano, todos já ficaram alertas – observa.
A dose oferecida pela campanha da vacinação previne a população do H1N1 e de outros dois vírus, que são formas mais comuns de gripe. O Ministério da Saúde determina uma meta, considerada adequada para prevenir a propagação da doença, que é imunizar 80% do grupo prioritário, correspondente a 24,1 milhões de brasileiros.
Tira dúvidas
Contra quais gripes a vacina protege?
Para 2012, a vacina influenza é trivalente. Isto é, composta por três vírus inativados: vírus similar ao vírus influenza A (H1N1), vírus similar ao vírus influenza A (H3N2) e vírus similar ao vírus influenza B/Brisbane. Ela protege contra as formas mais comuns da gripe nesta temporada e contra o vírus da gripe A.
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Quais grupos devem receber a vacina?
Na Campanha Nacional de Vacinação de 2012, a vacina contra gripe estará disponível gratuitamente para:
– pessoas acima de 60 anos;
– crianças de 6 meses a menores de 2 anos;
– gestantes;
– trabalhadores das unidades de saúde que fazem atendimento aos pacientes com o vírus da gripe;
– indígenas;
– detentos;
– pacientes com doenças crônicas e imunodeprimidos que apresentarem receita médica em qualquer posto de saúde.
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Por que o Ministério da Saúde priorizou esses grupos?
Estudos indicam que alguns grupos da população, principalmente idosos, grávidas e crianças pequenas, correm mais risco de ter complicações em decorrência da gripe, como uma pneumonia, e morrer pela doença.
Não pertenço a esses grupo, posso tomar a vacina?
Pode. Mas deverá procurar uma das clínicas cadastradas no site da Dive www.dive.sc.gov.br. O preço médio é de R$ 70.
Quem se vacinou no ano passado, precisa se vacinar de novo?
Sim, já que a imunidade contra a gripe dura até um ano após tomar a vacina. E também porque a sua composição é feita conforme os vírus que circularam no ano anterior.
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Onde é aplicada?
Nos adultos, na região do quadril ou no músculo do braço. Nas crianças, na coxa.
Pode se vacinar se estiver gripado?
Se estiver com febre, é melhor esperar, por precaução.
Posso ficar gripado (a) depois de me vacinar?
Não, isso é um mito. A vacina contra a influenza contém vírus mortos ou apenas pedaços dele que não conseguem causar gripe. Na época em que a vacina é aplicada, circulam diversos vírus respiratórios diferentes, que podem não ser o da gripe em questão, e as pessoas podem acabar infectadas por não estarem ainda imunizadas. A pessoa pode também pegar um resfriado, já que a vacina não protege contra resfriados.
Qual a diferença da gripe A e do resfriado?
Tanto a gripe quanto o resfriado têm coriza, irritação na garganta, picos de febre e espirros. Na gripe, o paciente sente mal-estar e dor no corpo. No caso da gripe A, os sintomas são os mesmos, mas os efeitos são mais intensos e aparecem mais rapidamente. Também provoca falta de ar e afeta o estômago.
Quais os meios de transmissão dos vírus da gripe e do resfriado?
A transmissão ocorre quando as secreções das vias respiratórias de uma pessoa contaminada são transmitidas para outra por meio da fala, da tosse, do espirro ou pelo toque, levando o agente infeccioso direto à boca, olhos e nariz do receptor.
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A vacina contra gripe imuniza contra resfriado?
Não. A vacina influenza protege contra os vírus da Influenza que estão circulando no país e pode mudar a cada ano.
A vacina tem alguma contraindicação?
A vacina não é recomendada para quem tem alergia à proteína do ovo, isto é, entre aqueles que já apresentaram forte reação alérgica pelo menos duas horas depois de comer ovo. Esse tipo de alergia é bastante rara. A vacina também é contraindicada a quem já teve reações adversas a doses anteriores a um dos componentes da vacina. Nestas situações recomenda-se passar por avaliação médica para saber se pode ou não tomar a vacina.
Quanto tempo leva para a vacina fazer efeito?
Em adultos saudáveis, a detecção de anticorpos protetores se dá entre duas a três semanas após a vacinação e apresenta, geralmente, duração de seis a 12 meses.
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Fora do período da campanha é possível me vacinar?
Não pelo SUS. Após a campanha só serão vacinadas a população prisional e pessoas que apresentem condições clínicas específicas.
Fonte: Manual de vacinação da Dive, Ministério da Saúde