Uma jovem de 23 anos morreu nesta quarta-feira (19), atingida por um tiro na cabeça na cidade fronteiriça de San Cristóbal (oeste), segunda vítima fatal do dia de manifestações opositoras – informaram a Procuradoria e uma ONG de direitos humanos.
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“É muito recente ainda. Temos dados preliminares, mas [ela] levou um tiro na cabeça”, disse à AFP um funcionário da Procuradoria, que pediu para não ser identificado.
Em um comunicado enviado pouco depois, o Ministério Público afirmou que Paola Andreina Ramírez “transitava pelo referido lugar (uma praça de San Cristóbal) ao receber um disparo que lhe causou a morte”.
A ONG de direitos humanos Provea assegurou que a morte aconteceu no “contexto das manifestações” e pediu à procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega, que “esclareça rapidamente dois assassinados no dia de hoje em manifestações e estabeleça responsabilidades”.
Também nesta quarta, um jovem de 17 anos morreu, vítima de um disparo em um ponto de concentração de um protesto opositor no centro de Caracas.
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Testemunhas denunciam que os responsáveis por ambas as mortes foram “coletivos”, grupos civis que, segundo a oposição, foram armados pelo governo e que chamaram de forças de choque.
“Os coletivos chegaram, como 30 indivíduos de moto, e viram a jovem que estava se protegendo na praça sozinha e atiraram nela”, disse uma testemunha à AFP, que preferiu não se identificar.
O opositor Juan Requesens, deputado pelo estado de Táchira, cuja capital é San Cristóbal, escreveu no Twitter: “Lamentavelmente confirmam o assassinato por coletivos armados da jovem Paola Ramírez”.
Iniciados em 1º de abril, os protestos contra Maduro somam agora um total de sete mortos, dezenas de feridos e pelo menos 230 detidos.
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A oposição venezuelana tentou marchar para a Defensoria Pública, no centro de Caracas, para exigir respeito às atribuições do Parlamento, assim como eleições gerais para superar as crises política e econômica do país.
As forças de segurança impediram, porém, que a marcha, que saiu de cerca de 20 pontos, chegasse ao coração da cidade, onde o chavismo se concentrou.
Também houve mobilizações em outras cidades, como San Cristóbal, Maracaibo e Mérida.
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