Charline Evelise de Oliveira de Souza Salvador, 25 anos, é suspeita de matar a facadas o marido Mateus Salvador, 31 anos, que era engenheiro mecânico, na residência do casal, no Bairro Itoupava Central, em Blumenau. O crime aconteceu na terça-feira à noite.
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O motivo do crime seria uma traição de Mateus, conforme investigação do coordenador da Central de Polícia, delegado Giancarlo Rossini. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) indicou que os golpes de faca atingiram os pulsos e o coração do engenheiro – ele é a oitava vítima de homicídio na cidade, desde janeiro.
Em depoimento à polícia, pessoas ligadas ao casal relataram que Mateus tinha um relacionamento extraconjugal e pretendia se separar de Charline. A suposta amante também foi à delegacia depor. Ela contou que conheceu Mateus há dois meses. O engenheiro teria comentado com um amigo que temia ser agredido por Charline e por isso passou a dormir em quarto separado.
Antes de fugir, Charline foi à casa de um vizinho, entregou a chave da casa e disse que tinha feito uma besteira. Depois, embarcou em um Palio vermelho. O amigo foi até a residência e encontrou o corpo de Mateus caído no chão da cozinha. Ele chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a polícia, por volta das 20h30min. A faca usada no crime, com 15 centímetros de lâmina, estava sobre a mesa da sala de estar.
Mateus era natural de Caxias do Sul (RS). Nesta quarta-feira, parentes da vítima saíram da cidade gaúcha de Santo Ângelo para acompanhar o transporte do corpo. Ele deve ser enterrado na sexta em Santo Ângelo.
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Mateus e Charline eram casados havia cinco anos e há dois moravam na Itoupava Central. Os vizinhos pouco sabem da vida do casal, descrito como reservado. Mateus trabalhava na indústria metalúrgica WEG, no mesmo bairro. A empresa não quis dar informações sobre as atividades do funcionário.
Charline é estudante de Direito e entre os colegas ganhou fama de ciumenta. É natural de Itajaí e tem parentes em Navegantes. Segundo uma das vizinhas do casal, não era mais vista na rua desde que flagrou o marido com a amante em um café da cidade, uma semana antes do crime.
Sentimento de posse é grande
A traição e a frustração por não saber lidar com a perda do marido para outra mulher são dois dos ingredientes desta tragédia, segundo a psicóloga e psicoterapeuta familiar Christine Gabel. A especialista afirmou que casos como este são exemplos de quando o amor por outra pessoa deixa de ser algo saudável para se tornar patológico:
– Esta patologia pode vir com um sentimento de posse muito grande. A pessoa pensa: já que não é meu, não vai ser de ninguém. Então, pode chegar às vias de fato.
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Em alguns casos, o criminoso sequer sente remorso pelo que pode causar a outra pessoa com a agressão. Porém, Christine ressalta que a impunidade também contribui para a prática de crimes.