Uma mulher fez uma denúncia contra o médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). Essa é a primeira denúncia de suposto abuso sexual contra o médium feita no Estado desde que os relatos começaram a vir a público. O depoimento foi recebido pelo Centro de Apoio Operacional Criminal (CCR) do MPSC nesta sexta-feira (14).

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Coordenado pelo Promotor de Justiça João Alexandre Massulini Acosta, o CCR concentra as denúncias no Estado. Agora, o depoimento da mulher será encaminhado ao MP de Goiás. Para preservar a vítima, o órgão não repassa informações sobre a mulher.

Quando começaram as denúncias de supostos casos de assédio sexual contra o médium, foi montada uma força-tarefa do MP. Em SC, a orientação é que os promotores das áreas criminal e de defesa da mulher colham os depoimentos e encaminhem ao CCR, que depois envia ao MP de Goiás. Os depoimentos podem ser feitos na Promotoria de Justiça mais próxima.

Suspeito de abusos sexuais durante tratamentos espirituais, o médium teve a prisão preventiva decretada pela Justiça de Goiás nesta sexta-feira (14). O pedido foi confirmado pela Secretaria de Segurança Pública de Goiás.

Em nota, os advogados de João de Deus, Alberto Zacharias Toron e Luisa Moraes Abreu Ferreira, disseram que teve o decreto de prisão preventiva, mas que não foi disponibilizada "uma simples cópia da decisão para a defesa", já que o processo teria sido encaminhado de Abadiânia para Goiânia a fim de que o MP tomasse ciência da decisão.

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"É inaceitável a utilização de pretextos e artifícios para se impedir o exercício do direito de defesa. Sobretudo no que diz com o direito básico de se aferir a legalidade da decisão mediante a impetração de habeas corpus. Até mesmo o número do processo não se disponibiliza à defesa", diz a nota.