“A Notícia” teve acesso ao vídeo entregue na 2ª Delegacia de Polícia por Paulo Emílio de Jesus Balcaçar – ex-genro de uma das filhas de João José Perini. A gravação mostra uma conversa em que uma mulher fala sobre a fraude de R$ 441 mil no Iprev.

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Segundo o denunciante, a mulher que aparece no vídeo é Liliane Perini Born, filha do pensionista que morreu em 2002. De acordo com apuração de “A Notícia”, Paulo e Liliane enfrentam uma briga judicial, que envolve um registro policial, envolvendo a Lei Maria da Penha.

Na conversa, a mulher que aparece no vídeo diz que um “pai entre aspas” chamado Milton era levado para fazer a assinatura e que o esquema é grande.

– Então, tu acha que aqueles caras que estão lá (no recadastramento) não sabiam que aquele não era o meu pai? Claro que sabiam – diz a mulher.

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Ao longo da conversa, ela diz que nunca levou o homem para assinar e que a última vez que tirou o dinheiro foi em 2009. Ela afirma que o responsável pelo esquema seria Walter que, segundo a denúncia, é o marido de Liliane, que morreu em 2011.

– O Walter fazia, eu estava fora e eu não aparecia mais. Seu Milton que fazia – diz.

No fim da conversa, a mulher revela o óbito do pai foi registrado.

– Estamos com “tanto medo”, que já está no Ministério (Público). Já está no Ministério o óbito do meu pai.

A gravação teria sido feita por meio de um celular, no ano passado, em frente à casa onde Liliane mora, em um bairro próximo à região central de Joinville.

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Contraponto

Reportagem de “AN” tentou contato com Liliane Perini Born pessoalmente na casa dela e três vezes por telefone. A irmã Rita chegou a intermediar uma entrevista que ocorreria na tarde de terça-feira, mas foi desmarcada. Um novo encontro foi marcado para a tarde desta quarta. Às 14 horas, a reportagem entrou em contato novamente e a pessoa que atendeu disse que Liliane não estava e que era para retornar a ligação em meia hora. Quando a reportagem procurou por Liliane após à espera pedida, foi Rita quem atendeu ao telefone e respondeu por ela, dizendo que elas vão aguardar um comunicado oficial e se manifestar em juízo. Com relação ao vídeo, Rita relatou que existe uma pessoa tentando prejudicá-las.

– Inclusive deve aparecer essa pessoa (no vídeo) que já tem vários processos na Delegacia da Mulher.

Assista ao vídeo (confira o vídeo no YouTube)

Mulher – Eu não, porque quem vai… ser tudo “coisa” é a Rita. Você acha que ela merece?

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Homem – Se eu denunciar vocês pela fraude no Besc(*). O que vai acontecer?

Mulher – Eles vão fazer um levantamento. Se achar que realmente foi. Primeiro que eles vão lá no Besc. Vão lá saber quem é que levava o pai entre aspas lá no Besc fazer a assinatura. Eu não ia.

Homem – Pai entre aspas. Quem? O seu Milton?

Mulher – Era o seu Milton que ia, né?

Homem – E tu levava ele?

Mulher – Nunca levei. Presta atenção. Tu sabe que o governo é … Então, tu acha que lá no Besc aqueles caras que estão lá, não sabiam que aquele não era o meu pai? Claro que sabia. Tua acha que lá dentro não tinha junto também coisa. Claro que tinha. É assim.

Homem -Tem ainda?

Mulher – Eu nunca mais peguei nada porque eu nunca fui lá.

Homem – Tu tirou até quando?

Mulher – Foi aquele que você tem a prova, em 2009 a última vez. É um esquema tão grande, tão grande, que você tem que pensar tudo isso. O Walter fazia. Eu estava fora e eu não aparecia mais. Seu Milton que fazia.A última vez que eu fui com o meu pai foi em 2002 e ele ainda estava vivo.

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Homem – Era o Walter que fazia?

Mulher – Ele transferia porque queria o dinheiro. Foi a última vez que ele pegou.Estamos com “tanto medo”, que já está no Ministério. Já está no Ministério o óbito do meu pai.Então é bobagem tu fazer (denúncia), porque agora tem o óbito. Tá lá com o advogado.Denuncia, que você vai “cair de boca”, porque já está lá no Ministério.

(*)Segundo o Iprev, o recadastramento é feito direto na sede do Iprev, não envolvendo o banco neste caso. O banco é um meio para o aposentado receber o dinheiro.